O que entendes por língua estrangeira?

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Língua estrangeira se refere a qualquer idioma não nativo de uma região. No Japão, por exemplo, o inglês é uma língua estrangeira, assim como o japonês antigo tardio, demonstrando que o conceito extrapola a ideia de idiomas modernos e amplamente difundidos. A definição depende, portanto, do contexto geográfico e da população local.

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A Fluidez do “Estrangeiro”: Desvendando o Conceito de Língua Estrangeira

A ideia de “língua estrangeira” parece simples à primeira vista: um idioma que não é a língua materna de alguém. No entanto, uma análise mais aprofundada revela uma complexidade que transcende a simples dicotomia “nativo versus não nativo”. A definição de língua estrangeira, na verdade, é fluida e contextual, dependendo fortemente do local e da população em questão.

A definição mais básica, e muitas vezes suficiente, é a de um idioma diferente daquele aprendido na infância e utilizado no convívio familiar e social primário. Assim, para um brasileiro, o inglês, o francês ou o mandarim são línguas estrangeiras. Entretanto, essa definição, por si só, é incompleta.

Imagine um linguista estudando o japonês antigo tardio no Japão. Para a maioria dos japoneses contemporâneos, essa variante linguística seria, sem dúvida, uma língua estrangeira, mesmo sendo ancestral de sua língua materna. Esse exemplo demonstra que a noção de “estrangeiro” não se limita apenas a idiomas modernos e globalmente difundidos. A distância temporal, a falta de uso cotidiano e a incompreensibilidade para o falante médio de um idioma podem classificá-lo como “estrangeiro”, mesmo dentro do próprio país.

Outro aspecto crucial a se considerar é o status oficial de uma língua. Um país pode ter diversas línguas faladas em seu território, mas apenas uma ou algumas delas reconhecidas oficialmente. As línguas não oficiais, mesmo sendo amplamente utilizadas por uma parcela significativa da população, podem ser consideradas “estrangeiras” em contextos formais, como a educação pública ou a administração governamental.

A percepção individual também influencia a categorização. Para um brasileiro bilíngue que cresceu falando português e inglês, o espanhol pode ser visto como mais fácil de aprender, menos “estrangeiro”, do que o japonês, por exemplo, devido à proximidade linguística e cultural. Esse fator subjetivo demonstra a natureza multifacetada do conceito.

Em resumo, a definição de língua estrangeira é dinâmica e dependente do contexto. Não se trata apenas de uma questão geográfica, mas também temporal, social e até mesmo pessoal. Enquanto a definição básica serve para a maioria dos casos, a complexidade da questão exige uma análise mais profunda que leve em consideração os diferentes fatores que contribuem para a percepção e classificação de um idioma como “estrangeiro”. A compreensão desse conceito complexo é fundamental para o estudo da linguística, da sociolinguística e para a própria aprendizagem de idiomas.