Onde colocar a vírgula antes ou depois do que?
Reescrita:
Quando o que introduz uma oração subordinada, pode-se colocar uma vírgula após ele para separá-lo da oração principal.
Exemplo:
- Penso que, quaisquer que sejam as circunstâncias, você deve ouvi-lo com atenção.
A Vírgula e o “Que”: Uma Questão de Sentido e Clareza
A colocação da vírgula antes ou depois da conjunção “que” é uma dúvida frequente que assola muitos escritores, principalmente aqueles em busca de uma escrita mais precisa e elegante. A verdade é que não existe uma regra rígida e inflexível. A decisão de usar ou não a vírgula depende, fundamentalmente, da função sintática do “que” na frase e do efeito de sentido desejado.
Em resumo, a vírgula após o “que” é utilizada principalmente para separar orações subordinadas adverbiais ou substantivas explicativas da oração principal. Já a ausência da vírgula é comum quando o “que” introduz uma oração subordinada substantiva completiva ou adjetiva restritiva. Vamos analisar cada caso:
1. Vírgula após o “que”:
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Orações Subordinadas Adverbiais: Quando o “que” introduz uma oração subordinada adverbial, a vírgula serve para destacar essa oração, criando uma pausa que enfatiza a circunstância expressa. Exemplos:
- “Acredito que, se você se esforçar, conseguirá alcançar seus objetivos.” (oração adverbial condicional)
- “Fiz tudo o que pude, embora soubesse que o resultado não seria garantido.” (oração adverbial concessiva)
- “Estudei tanto que, ao final, estava exausto.” (oração adverbial consecutiva)
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Orações Subordinadas Substantivas Explicativas: Essas orações, que funcionam como aposto de um termo anterior, são geralmente separadas por vírgulas. O “que” introduz uma explicação ou esclarecimento. Exemplo:
- “Tenho uma certeza, que jamais mudará minha decisão.” (A oração “que jamais mudará minha decisão” explica qual certeza é essa.)
2. Ausência de Vírgula após o “que”:
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Orações Subordinadas Substantivas Completivas: Nessas orações, o “que” introduz um complemento verbal ou nominal, essencial para o sentido da oração principal. A ausência da vírgula indica a dependência sintática da oração subordinada em relação à principal. Exemplos:
- “Espero que você me telefone.” (O “que” introduz o complemento do verbo “espero”.)
- “Tenho a convicção de que ele é inocente.” (O “que” introduz o complemento da expressão “tenho a convicção de”.)
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Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas: Essas orações restringem o sentido do substantivo a que se referem, especificando-o. A ausência da vírgula enfatiza essa relação restritiva. Exemplos:
- “O livro que li ontem foi excelente.” (A oração adjetiva restringe o sentido de “livro”, indicando qual livro foi excelente.)
- “As pessoas que trabalham duro merecem o sucesso.” (A oração adjetiva especifica quais pessoas merecem o sucesso.)
Conclusão:
A correta pontuação com o “que” exige uma análise cuidadosa da estrutura sintática da frase. A vírgula, nesse caso, não é um mero enfeite, mas um recurso essencial para garantir a clareza e a precisão da mensagem. A dúvida persiste? Analise a função sintática da oração introduzida por “que” e lembre-se: a prioridade é a clareza e a fluidez da leitura.
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