Porque eu tenho dificuldade em falar?

Quando você quer falar mas não consegue?

Ai, que frustração! A garganta fecha, né? Tipo, a ideia tá lá, na ponta da língua, mas trava tudo. Ontem mesmo, queria dizer pro meu chefe que tava precisando de um aumento, 20% seria ótimo, considerando a inflação de 2023 – 10,67%, segundo o IBGE, mas só saiu um “tudo bem” sem graça. Morri por dentro!

• Situação 1: Pressão social. Aquela reunião de família, todo mundo falando alto e eu, muda, só observando. Queria tanto contar da minha viagem pra Chapada Diamantina em julho, as cachoeiras incríveis, as trilhas… mas a timidez me vence. Será que ninguém percebe que eu também tenho coisas interessantes pra dizer?

• Situação 2: Medo do julgamento. Uma ideia brilhante pra um projeto na faculdade, mas e se rirem? E se acharem idiota? A insegurança me paralisa. Prefiro ficar quieta e ver a ideia ser roubada do que me expor. Isso já aconteceu, me lembro de uma vez…

• Situação 3: Raiva contida. Meus pais são chatos, sempre me criticando. Queria gritar, xingar, dizer tudo que penso, mas acabo engolindo seco. Explodir não é a solução, mas a sensação de impotência é terrível. Meus amigos, pelo menos, me entendem.

Mas a pior parte é a sensação de impotência. É como se uma parede invisível me impedisse de me comunicar. E a culpa? A culpa de não ter conseguido expressar o que eu sentia, o que eu pensava, me consome. Às vezes, penso até que é melhor não dizer nada, pra não me frustrar. Será que sou só eu? Será que tem tratamento pra isso? Preciso pesquisar. Acho que preciso de terapia. Talvez um coach também ajude a melhorar minha comunicação assertiva.

Qual doença pode afetar a fala?

• Afasia: Rouba a voz.

• Causa: Lesão cerebral. Simples assim.

• Efeitos:

  • Compreensão: Frustração.
  • Expressão: Isolamento.
  • Memória: Um labirinto mental.

Lidar com a afasia é como tentar montar um quebra-cabeça sem todas as peças. Ou pior, com as peças misturadas, e ninguém te diz qual é a imagem final. Às vezes, o silêncio grita mais alto que qualquer palavra.

O que acontece se a pessoa não socializar?

Lembro de 2023, verão infernal em São Paulo. Estava isolada, totalmente, por escolha, em meu apartamento minúsculo em Pinheiros. Passava dias sem falar com ninguém, só com meu gato, o Chico. A solidão era um peso físico, uma manta úmida grudada na pele.

Comecei a ter crises de ansiedade, um aperto no peito constante, dormir mal, acordando várias vezes com o coração disparado. A falta de contato humano me deixava irritada, o tempo todo. Me sentia estranha, como se estivesse enferrujando por dentro. A culpa me corroía – culpa por me isolar, culpa por não corresponder às mensagens, culpa por ignorar os convites.

Comida? Me alimentava mal, só lanches rápidos e porcarias. Meu cabelo estava horrível, sem corte, sem cuidado. O banheiro? Um caos total. Até meu gato parecia deprimido. Aquele apartamento, que antes era meu refúgio, virou minha prisão.

• Lista de coisas que aconteceram:
  • Ansiedade intensa
  • Insônia
  • Irritabilidade constante
  • Mau humor
  • Alimentação desregrada
  • Falta de higiene pessoal
  • Sentimento de culpa

A sensação de isolamento me afogava, uma tristeza profunda e constante. A falta de interação social me fez adoecer, sim. Não só mentalmente, mas também fisicamente. Senti meu sistema imunológico enfraquecido, peguei um resfriado que durou semanas.

Precisei procurar ajuda profissional. Comecei terapia e, aos poucos, fui saindo daquela espiral. Não foi fácil, mas a experiência foi um divisor de águas. Aprendi a importância do contato humano, da interação social para minha saúde mental. A solidão pode te destruir se não for gerenciada. Hoje, tento equilibrar meus momentos de introspecção com momentos de convívio social.