Porque os surdos falam diferente?
Surdos falam diferente por conta de alterações no processamento motor da fala, decorrentes da falta de feedback auditivo e das dificuldades de percepção e discriminação auditiva.
Por que os surdos falam diferente?
A ideia de que os surdos falam diferente é, em si, um preconceito linguístico. A comunicação oral não é o único meio de expressão e a fala, mesmo para ouvintes, se manifesta de diversas maneiras. O que varia entre indivíduos surdos e ouvintes não é um “falar diferente”, mas sim a forma como a linguagem oral é adquirida e desenvolvida, o que gera variações na pronúncia, ritmo e entonação.
A afirmação de que surdos falam diferente por conta de “alterações no processamento motor da fala, decorrentes da falta de feedback auditivo e das dificuldades de percepção e discriminação auditiva” contém um ponto importante, mas necessita de nuances e contextualização.
É fundamental entender que a ausência de audição não impede o desenvolvimento da linguagem. Surdos adquirem a linguagem oral da mesma forma que ouvintes, ou seja, em contexto de aprendizagem e interação. A diferença reside no principal canal sensorial, que para eles é a visão e, dependendo do contexto, a percepção tátil. Como a fala é aprendida principalmente por imitação e feedback auditivo, a experiência de um surdo se diferencia por não receber essa forma particular de feedback.
A ausência do feedback auditivo pode influenciar a precisão da articulação dos sons. Em alguns casos, a pronúncia pode ser menos precisa, ou mesmo apresentar distorções. Não se trata de um “falar diferente” intrinsecamente, mas sim de uma adaptação no processo de aquisição da fala, considerando que os processos de linguagem oral não são desenvolvidos da mesma forma sem o feedback auditivo constante.
Outro fator importante é a questão da percepção e discriminação auditiva. Embora não percebam sons, surdos podem ter uma discriminação auditiva de forma não-auditiva, por exemplo, através das vibrações, os movimentos orais do interlocutor, entre outras ferramentas. É importante lembrar que a habilidade em diferenciar sons é crucial para a aquisição e o desenvolvimento da fala, e sua ausência pode influenciar a pronúncia.
É crucial evitar a ideia de que a fala de surdos é defeituosa ou inadequada. A variedade na fala de pessoas surdas é tão ampla quanto entre ouvintes, dependendo da experiência individual, do contexto de aprendizado, da exposição à língua oral, entre outros fatores.
Em vez de focar na diferença, devemos valorizar a diversidade linguística, reconhecendo as nuances das experiências de aprendizagem na aquisição da fala e da linguagem. A questão não é se os surdos falam diferente, mas sim como a ausência de audição influencia a forma como eles adquirem e se expressam por meio da linguagem oral. Um ponto de partida para compreensão é reconhecer que a fala não é a única forma de expressão e, para as pessoas surdas, muitas outras formas de comunicação podem ser mais adequadas e eficazes.
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