Qual é o acordo ortográfico que vigora em Angola?
Angola mantém em vigor as normas ortográficas de 1945, divergindo da ortografia atualmente utilizada em Portugal, que adotou o Acordo Ortográfico de 1990. Essa diferença persiste, representando uma peculiaridade no panorama ortográfico lusófono.
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A singularidade ortográfica de Angola: a resistência ao Acordo de 1990
No universo da língua portuguesa, Angola ocupa uma posição singular em relação à ortografia. Enquanto Portugal e outros países lusófonos adotaram o Acordo Ortográfico de 1990, Angola mantém firme sua adesão às normas ortográficas de 1945, criando uma situação peculiar e gerando debates sobre a unidade da língua.
Essa persistência na ortografia anterior ao Acordo não se traduz em um apego ao arcaico ou a uma resistência à modernização. Representa, antes, uma complexa teia de fatores históricos, políticos e sociolinguísticos que moldaram a identidade linguística angolana e influenciaram sua decisão de manter uma ortografia própria.
A independência de Angola em 1975, após um longo período de colonização portuguesa, marcou um momento crucial na construção da sua identidade nacional. Nesse contexto, a língua portuguesa, apesar de ser a língua oficial, carregava o peso do passado colonial. A manutenção da ortografia de 1945 pode ser interpretada como uma forma de afirmar a autonomia linguística e cultural do país, distanciando-se da norma vigente na antiga metrópole.
Além disso, a implementação de uma nova ortografia envolve custos significativos, tanto financeiros quanto logísticos. A adaptação de materiais didáticos, a formação de professores e a revisão de documentos oficiais demandam investimentos consideráveis, que podem ser um obstáculo para um país com outras prioridades socioeconômicas. Este fator pragmático contribui para a manutenção do status quo ortográfico angolano.
Outro aspecto relevante é a própria natureza do Acordo Ortográfico de 1990, que tem sido alvo de críticas e controvérsias desde sua concepção. A argumentação de que a unificação ortográfica facilitaria a comunicação e a difusão da língua portuguesa nem sempre se confirma na prática, e alguns estudiosos questionam a eficácia e a pertinência das mudanças propostas. Esse cenário de debate e incerteza em relação ao Acordo pode ter reforçado a posição de Angola em manter a ortografia de 1945.
Por fim, é importante destacar que a diferença ortográfica entre Angola e os demais países lusófonos não representa um rompimento com a língua portuguesa. Trata-se de uma variação ortográfica, assim como existem variações lexicais e fonéticas dentro do universo lusófono. A convivência dessas diferentes normas ortográficas, embora possa apresentar alguns desafios, enriquece a diversidade linguística e cultural da língua portuguesa, refletindo a complexidade e a riqueza das suas comunidades falantes. A situação de Angola, portanto, nos convida a refletir sobre a dinâmica das línguas e a reconhecer a legitimidade das diferentes expressões linguísticas dentro de um mesmo idioma.
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