Qual o tempo verbal para um TCC?

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Para TCCs, monografias e dissertações, a escolha verbal varia. O presente indica referência ao próprio trabalho (pesquisa-se); o pretérito perfeito, ações concluídas (pesquisou-se); e o pretérito imperfeito, ações em desenvolvimento no passado (pesquisava-se). A melhor opção dependerá do contexto e da ênfase desejada.

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O Tempo Verbal Adequado no seu TCC: Mais do que uma Questão de Gramática

A escolha do tempo verbal em um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), monografia ou dissertação não é uma questão trivial. Ela impacta diretamente na clareza, coesão e, consequentemente, na qualidade da argumentação. Enquanto muitas orientações simplificam a escolha para um único tempo, a realidade é mais complexa e exige uma análise cuidadosa do contexto e do objetivo de cada trecho do trabalho. Este artigo visa desmistificar essa escolha, oferecendo uma compreensão mais profunda do uso dos tempos verbais e suas implicações.

Contrariamente à ideia de um tempo verbal único ideal, a chave está na coerência e na adequação àquilo que se quer comunicar em cada parte do trabalho. A utilização de diferentes tempos verbais, de forma consciente e estratégica, enriquece a narrativa acadêmica, permitindo uma maior precisão na descrição das etapas da pesquisa e na apresentação dos resultados.

Vamos analisar os tempos verbais mais comumente utilizados em TCCs e suas aplicações:

  • Presente do Indicativo: Esse tempo é ideal para apresentar informações gerais, definições, conceitos e para descrever o trabalho em si. Ele confere um tom de universalidade e atemporalidade a afirmações teóricas e metodológicas. Exemplos: “Este trabalho analisa a influência…”, “A pesquisa aponta para…”, “Neste capítulo, descreve-se a metodologia…”. Note que o uso da voz passiva também é recorrente para dar ênfase ao objeto da pesquisa.

  • Pretérito Perfeito do Indicativo: Utilizado para descrever ações concluídas no passado, principalmente referentes às etapas já finalizadas da pesquisa. É crucial para relatar os resultados obtidos, os dados coletados e as análises realizadas. Exemplos: “Os resultados mostraram que…”, “A pesquisa foi realizada entre…”, “Os dados foram analisados utilizando…”.

  • Pretérito Imperfeito do Indicativo: Esse tempo verbal serve para contextualizar a pesquisa, descrevendo ações em desenvolvimento ou habituais no passado. Ele é particularmente útil para narrar o processo de construção da pesquisa, as dificuldades encontradas e as decisões tomadas durante a investigação. Exemplos: “A pesquisa investigava o impacto…”, “O pesquisador utilizava métodos…”, “Buscávamos compreender as relações…”.

  • Futuro do Presente do Indicativo (com cautela): Seu uso deve ser extremamente criterioso. Ele pode ser empregado para indicar perspectivas futuras decorrentes dos resultados da pesquisa ou para sugerir novas linhas de investigação. No entanto, seu uso excessivo pode prejudicar a objetividade do trabalho.

Além da escolha do tempo verbal, considere:

  • A consistência: Mantenha a coerência temporal ao longo de cada seção do seu trabalho. Mudanças bruscas de tempo podem confundir o leitor.
  • A voz verbal: A escolha entre voz ativa (o sujeito pratica a ação) e voz passiva (o sujeito recebe a ação) também influencia o estilo e a ênfase do texto. A voz passiva costuma ser usada para destacar os resultados e minimizar o papel do pesquisador.
  • A orientação do seu orientador: Acima de tudo, siga as recomendações específicas do seu orientador. Ele poderá fornecer orientações personalizadas sobre o uso dos tempos verbais no seu trabalho.

Em suma, não existe uma “receita de bolo” para o tempo verbal em um TCC. A escolha mais adequada é aquela que garante clareza, precisão e coesão na apresentação do seu trabalho. A análise criteriosa do contexto e a busca por uma linguagem precisa são fundamentais para o sucesso do seu trabalho acadêmico.