Qual tempo verbal usar em artigo científico?

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Artigos científicos geralmente empregam o presente simples para apresentar fatos estabelecidos e resultados; o pretérito simples para descrever procedimentos e resultados de experimentos passados; e o presente perfeito para situar descobertas em relação ao conhecimento atual, mostrando seu impacto contínuo.

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O Tempo Verbal Adequado em Artigos Científicos: Clareza e Precisão na Comunicação

A escolha adequada do tempo verbal em artigos científicos é crucial para garantir a clareza, a precisão e a objetividade da comunicação científica. A utilização inconsistente ou incorreta dos tempos verbais pode gerar ambiguidade, dificultando a compreensão do leitor e, consequentemente, o impacto do trabalho. Este artigo discute a aplicação dos tempos verbais mais frequentemente empregados em textos científicos, focando na sua função comunicativa e evitando redundâncias com abordagens superficiais já presentes na internet.

Ao contrário da flexibilidade estilística permitida em outros gêneros textuais, a escrita científica demanda rigor e precisão. A seleção do tempo verbal não é arbitrária, mas sim uma escolha metodológica que reflete a natureza temporal das informações apresentadas. A escolha inadequada pode distorcer o significado, atribuindo uma temporalidade incorreta aos eventos descritos.

Present Simple (Presente Simples): Atemporalidade e Verdades Gerais

O presente simples é fundamental para apresentar informações consideradas verdades gerais, fatos estabelecidos e conclusões incontestáveis na literatura científica. Ele transmite atemporalidade, enfatizando a validade contínua da informação independentemente do contexto temporal específico da pesquisa.

  • Exemplo: “A água ferve a 100°C ao nível do mar.” Esta afirmação é uma verdade atemporal, independentemente de quando foi descoberta.
  • Exemplo: “Este estudo investiga a influência da temperatura na germinação de sementes.” A investigação é o foco, não o momento específico em que foi realizada.

Past Simple (Pretérito Simples): Descrição de Ações Concluídas

O pretérito simples é o tempo verbal mais utilizado para relatar procedimentos, métodos e resultados de experimentos já concluídos. Ele situa as ações no passado de forma precisa e objetiva, demarcando a conclusão do processo.

  • Exemplo: “Os dados foram coletados entre janeiro e março de 2023.” A coleta de dados é um evento concluído no passado.
  • Exemplo: “Os resultados mostraram uma correlação significativa entre as variáveis X e Y.” Os resultados são apresentados como um fato passado.

Present Perfect (Presente Perfeito): Conexão com o Conhecimento Atual

O presente perfeito desempenha um papel crucial na contextualização das descobertas em relação ao conhecimento científico prévio. Ele indica ações concluídas no passado, mas que têm relevância e impacto no presente, demonstrando a contribuição do estudo para o campo de conhecimento.

  • Exemplo: “Estudos anteriores demonstraram a eficácia do tratamento A, mas este estudo apresenta novas evidências sobre seus efeitos colaterais.” As descobertas anteriores são apresentadas como fatos passados que ainda impactam o presente.
  • Exemplo: “Este trabalho tem contribuído para uma melhor compreensão do mecanismo de ação do composto X.” A contribuição continua a ser relevante no presente.

Considerações Finais:

A coerência temporal é essencial para a clareza da escrita científica. A utilização consistente e adequada dos tempos verbais, especialmente o presente simples, o pretérito simples e o presente perfeito, garante que a mensagem seja transmitida de forma precisa e objetiva. A revisão cuidadosa do texto quanto à conjugação verbal é fundamental para a qualidade e o impacto do artigo científico. A consulta a manuais de estilo e a revisão por pares experientes podem auxiliar na identificação e correção de eventuais inconsistências.