Quando a pessoa fala palavras erradas?

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A dislalia ocorre quando a pessoa tem dificuldades na articulação de sons. Existem tipos como a dislalia funcional, caracterizada por substituições ou distorções sonoras, e a audiógena, ligada a deficiência auditiva e dificuldade na repetição de sons.

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Mais do que um tropeço na língua: entendendo quando a fala apresenta erros

Errar uma palavra ocasionalmente é algo comum e inerente à comunicação humana. A pressa, o nervosismo ou até mesmo a complexidade da própria língua podem nos levar a tropeçar em uma sílaba, substituir um som por outro ou, simplesmente, esquecer a palavra certa. No entanto, quando esses erros se tornam frequentes, persistentes e interferem na compreensão da fala, é importante investigar a possibilidade de uma dificuldade de articulação, como a dislalia.

A dislalia, diferente de um simples deslize ocasional, é um distúrbio da fala caracterizado pela dificuldade na produção correta dos sons da linguagem. Ela não está relacionada a problemas neurológicos ou motores mais amplos, como acontece em outras afasias ou disartrias, mas sim a uma dificuldade específica na articulação dos fonemas. A gravidade da dislalia pode variar bastante, desde casos leves, quase imperceptíveis, até casos mais severos que comprometem significativamente a comunicação.

É crucial diferenciar os tipos de dislalia para entender a sua origem e, consequentemente, o melhor caminho para o tratamento. A dislalia funcional, a forma mais comum, não apresenta uma causa orgânica aparente. A criança, por exemplo, pode apresentar substituições de fonemas (trocar o “r” pelo “l”, por exemplo, dizendo “lato” ao invés de “rato”), distorções (produzir o som de forma imprecisa) ou omissões (deixar de pronunciar certos sons). Nestes casos, a terapia fonoaudiológica é fundamental para o desenvolvimento da articulação correta.

Já a dislalia audiógena, como o próprio nome indica, está diretamente relacionada a problemas de audição. A deficiência auditiva, mesmo que leve, pode impedir a criança de perceber a diferença entre os sons, dificultando a sua reprodução. Nesses casos, a intervenção fonoaudiológica precisa ser integrada a um tratamento audiológico adequado. Outra categoria, menos comum, é a dislalia orgânica, que se origina de malformações na estrutura da boca, língua ou dentes, necessitando, muitas vezes, de intervenção cirúrgica ou ortodôntica associada à terapia.

Identificar os momentos em que a fala apresenta erros que podem indicar dislalia requer atenção. Persistência na dificuldade de pronunciar determinados sons após uma certa idade, dificuldade de ser compreendido por outras pessoas, esforço visível durante a fala e frustração da própria pessoa ao falar são sinais que devem alertar para a necessidade de uma avaliação profissional. A consulta com um fonoaudiólogo é imprescindível para um diagnóstico preciso e o desenvolvimento de um plano de tratamento individualizado, que pode incluir exercícios específicos de articulação, atividades lúdicas e, se necessário, encaminhamento a outros especialistas. Lembre-se: uma intervenção precoce pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da fala e na autoestima da criança ou adulto afetado.