Quando é que usamos a crase?

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A crase surge da fusão da preposição a com o artigo definido feminino a ou com os pronomes demonstrativos aquele, aquela e aquilo. Assinalada pelo acento grave (à), sua aplicação mais comum ocorre diante de termos femininos. Entretanto, é crucial lembrar que os pronomes demonstrativos mencionados são exceções importantes a essa regra geral.

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Desvendando os Mistérios da Crase: Um Guia Completo e Sem Enrolação

A crase. Uma palavra que, para muitos, evoca sentimentos de pavor e incerteza. Mas, respire fundo! Longe de ser um bicho de sete cabeças, a crase é apenas um sinal gráfico – o acento grave (`) – que indica a contração da preposição “a” com outro “a”. Onde encontramos esse outro “a”? Aí é que a coisa começa a ficar interessante.

O Casamento Perfeito: Preposição “a” + Artigo Definido Feminino “a”

A situação mais comum e, por isso, a mais lembrada, é a crase resultante da união da preposição “a” (exigida por um verbo ou nome) com o artigo definido feminino “a”.

  • Como saber se a preposição “a” é necessária?

A dica de ouro aqui é substituir a palavra feminina por uma masculina. Se, ao fazer isso, o “a” vira “ao”, então, pode ter certeza, a crase está te esperando.

Exemplo:

  • Vou à praia. (Substituindo: Vou ao clube. Bingo! Crase confirmada.)
  • Refiro-me àquela moça. (Substituindo: Refiro-me àquele rapaz. Crase também!)

Os Casos Especiais: Pronomes Demonstrativos “Aquele(s)”, “Aquela(s)” e “Aquilo”

Aqui mora a exceção que confirma a regra (e que frequentemente causa confusão). A crase também ocorre quando a preposição “a” se junta aos pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo”.

Exemplo:

  • Dedico este livro àquele que me inspirou.
  • Não me refiro àquela que você pensa.
  • Ele se adaptou àquilo sem reclamar.

Mas, Atenção! Armadilhas à Vista!

Apesar de existirem regras claras, algumas situações podem nos levar a erros. Fique atento(a) a estas pegadinhas:

  • Palavras Masculinas: Jamais use crase antes de palavras masculinas. É um erro crasso!

    Exemplo: Fui a pé. (Sem crase!)

  • Verbos no Infinitivo: A crase também não aparece antes de verbos no infinitivo.

    Exemplo: Comecei a estudar. (Sem crase!)

  • Pronomes de Tratamento: A regra geral é não usar crase antes de pronomes de tratamento, com exceção de “Senhora” e “Senhorita” (quando acompanhados de artigo).

    Exemplo: Dirijo-me a Vossa Excelência. (Sem crase!)
    Exemplo: Dirijo-me à Senhora. (Com crase!)

  • Expressões com Palavras Repetidas: Não use crase em expressões com palavras repetidas.

    Exemplo: Gota a gota. (Sem crase!)

  • Distância: A palavra “distância” só recebe crase se for especificada.

    Exemplo: Vi o carro a distância. (Sem crase!)
    Exemplo: Vi o carro à distância de cem metros. (Com crase!)

O Segredo para Dominar a Crase:

A chave para não tropeçar na crase é a prática constante e a observação atenta das regras. Leia bastante, escreva sempre que puder e, em caso de dúvida, consulte um bom dicionário ou gramática.

Lembre-se: a crase não é um monstro. É apenas um detalhe que, quando dominado, eleva a qualidade da sua escrita e demonstra seu domínio da língua portuguesa. Agora, respire fundo, pratique e desmistifique a crase de uma vez por todas!