Como se chama uma pessoa que mente constantemente?

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O indivíduo que mente compulsivamente é conhecido como mitômano ou mentiroso crônico. Essa condição patológica o leva a inventar histórias, muitas vezes sem plena consciência. A mentira se torna um hábito tão arraigado que prejudica sua capacidade de discernimento, impactando negativamente seus relacionamentos interpessoais e sua vida em sociedade.

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O Mitômano: Além da Mentira, um Transtorno da Personalidade

A mentira, em pequenas doses, é uma prática comum na sociedade. Todos já inventamos uma desculpa branca ou omitimos informações para evitar um conflito. Entretanto, existe uma linha tênue que separa a pequena mentira socialmente aceitável da mentira compulsiva, característica do mitômano ou mentiroso crônico. Mas o que define esse perfil, e como diferenciá-lo de alguém que simplesmente mente ocasionalmente?

A diferença crucial reside na compulsividade. O mitômano não mente apenas para se beneficiar em uma situação específica; a mentira se torna parte intrínseca de sua personalidade e de sua interação com o mundo. Ele fabrica narrativas elaboradas e detalhadas, muitas vezes fantasiosas e sem qualquer base na realidade, mesmo quando não há nenhum ganho aparente com a invenção. A mentira, neste caso, não é um meio para um fim, mas o próprio fim.

Essa tendência para a mentira patológica não se resume a uma simples falta de honestidade. Ela frequentemente se manifesta como um transtorno de personalidade, afetando profundamente as relações interpessoais e a autoestima do indivíduo. A dificuldade em distinguir entre realidade e fantasia pode levar a um isolamento social progressivo, já que a desconfiança se instala nas relações, comprometendo a confiança e o vínculo com amigos e familiares. A falta de credibilidade afeta também a esfera profissional, dificultando a construção e a manutenção de relações de trabalho.

A ausência de consciência sobre a própria mentira é um traço marcante em alguns casos. O mitômano pode acreditar piamente em suas próprias invenções, criando uma realidade paralela que lhe serve como refúgio ou mecanismo de defesa contra ansiedades e inseguranças internas. Em outros casos, a mentira é consciente, mas irresistível, como uma compulsão difícil de controlar.

É importante ressaltar que o diagnóstico de mitomania requer uma avaliação profissional. Psicólogos e psiquiatras podem identificar a condição através de entrevistas e avaliações detalhadas, diferenciando-a de outros transtornos mentais que podem apresentar sintomas semelhantes, como transtorno de personalidade antissocial ou narcisismo. O tratamento, geralmente envolvendo terapia, busca auxiliar o indivíduo a lidar com suas inseguranças e a desenvolver mecanismos mais saudáveis de interação social, buscando a construção de uma identidade mais autêntica e a superação da necessidade compulsiva de mentir.

Em suma, o mitômano não é simplesmente um mentiroso; é alguém que luta contra um transtorno que afeta profundamente sua vida e seus relacionamentos. Compreender a complexidade dessa condição é fundamental para oferecer suporte e buscar o auxílio necessário para quem sofre com essa dificuldade.