Como se referir a ambos os gêneros?
Substantivos comuns de dois gêneros usam a mesma forma para masculino e feminino, sendo o gênero indicado pelo artigo ou outros determinantes. Por exemplo, o/a artista, o/a cliente, o/a estudante e o/a jornalista.
Além do “o/a”: navegando pelas nuances da inclusão de gênero na língua portuguesa
A busca por uma linguagem mais inclusiva tem impulsionado debates acalorados sobre como nos referirmos a ambos os gêneros, sem cair em construções excessivamente longas ou artificiais. A solução mais conhecida, o uso do “o/a” antes de substantivos comuns de dois gêneros (ex: o/a estudante), embora amplamente difundida, apresenta limitações e suscita questionamentos sobre sua eficácia e elegância. Este artigo explora alternativas e nuances dessa questão, buscando ultrapassar a simples repetição da fórmula “o/a” e propor soluções mais contextuais e naturais.
A utilização do “o/a” é, sem dúvida, um avanço em relação à tradicional omissão do feminino, mas sua repetição constante pode tornar o texto cansativo e pouco fluido. A própria leitura se torna interrompida, prejudicando o ritmo da escrita. Além disso, em alguns casos, a inclusão do “a” pode soar forçada ou artificial, principalmente em contextos mais formais.
Então, como podemos aprimorar nossa abordagem? A chave está na variedade e na contextualização. Algumas estratégias podem ser mais eficazes dependendo do contexto:
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Pluralização: A forma mais simples e muitas vezes a mais elegante é utilizar o plural, eliminando a necessidade de especificar o gênero. Em vez de “o/a estudante precisa…”, podemos escrever “os estudantes precisam…”. Essa solução é particularmente eficaz quando o contexto não exige a especificação de um indivíduo.
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Uso de termos genéricos: Palavras como “pessoa”, “indivíduo”, “cidadão”, “público”, “alguém” etc., podem substituir o substantivo de gênero específico, garantindo a inclusão sem a repetição do “o/a”. Por exemplo, em vez de “o/a paciente deve…”, podemos usar “o paciente deve…” (mantendo a concisão se o gênero não for relevante) ou “a pessoa deve…” (priorizando a inclusão explícita).
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Reescrita da frase: Às vezes, a solução mais eficaz é reescrever a frase para eliminar a necessidade de especificar o gênero. Em vez de focar em um indivíduo, podemos falar de um grupo ou de uma ação mais geral.
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Alternância estratégica: Em textos longos, a alternância entre o masculino e o feminino pode ser uma opção, desde que seja feita de forma equilibrada e não pareça artificial. No entanto, essa estratégia requer cuidado para não reforçar o viés de gênero.
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Utilizar formas neutras emergentes: Embora ainda não sejam amplamente aceitas em todos os contextos, algumas formas neutras de gênero estão surgindo, como a utilização do “e” no lugar do “o” ou “a” (ex: “elx estudante”). É importante considerar o público-alvo e o contexto ao usar essas alternativas, pois podem gerar estranhamento ou incompreensão.
Concluindo, a busca pela inclusão de gênero na linguagem exige mais do que a simples repetição de “o/a”. A chave reside em um uso estratégico e contextualizado de diferentes técnicas, priorizando a clareza, a elegância e, acima de tudo, a efetiva comunicação da mensagem, sem cair em soluções artificiais ou que prejudiquem a fluidez do texto. A escolha da melhor abordagem dependerá sempre do contexto específico e da intenção comunicativa.
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