Porque não se diz houveram?
O verbo haver, quando indica existência, ocorrência ou tempo passado, é impessoal. Sua impessoalidade impede a conjugação na terceira pessoa do plural. Portanto, houveram é incorreto; a forma correta é houve, independente da quantidade de elementos envolvidos. A concordância verbal não se aplica nesse caso.
O enigma do “houveram”: por que essa forma é incorreta?
A língua portuguesa, rica em nuances e detalhes, frequentemente nos apresenta desafios. Um deles reside no uso do verbo “haver”, especialmente quando expressa existência ou ocorrência. É comum ouvirmos a forma “houveram”, principalmente quando se refere a múltiplos eventos, como em “houveram muitos acidentes”. No entanto, essa construção é gramaticalmente incorreta. Mas por que, afinal, não se diz “houveram”?
A chave para entender essa peculiaridade está na impessoalidade do verbo “haver” nesses contextos. Quando indica existência (“Há muitas estrelas no céu”), ocorrência (“Houve um grande evento ontem”) ou tempo decorrido (“Há dois anos não o vejo”), o “haver” assume um papel similar ao do verbo “existir”, mas com uma diferença crucial: ele se mantém invariável na terceira pessoa do singular, independentemente do número de elementos envolvidos.
Pensemos na lógica por trás disso. Se dizemos “Existe um livro na mesa” e “Existem livros na mesa”, concordando o verbo com o sujeito, por que não fazemos o mesmo com “haver”? A resposta é que, nesses casos específicos, o “haver” não possui sujeito. Ele funciona como um verbo impessoal, transmitindo a ideia de existência ou ocorrência de forma genérica, sem se referir a um sujeito específico que realiza a ação. O que aparenta ser o sujeito (“muitos acidentes”, no exemplo anterior) é, na verdade, o objeto direto do verbo.
Portanto, a concordância verbal tradicional, que estabelece a harmonia entre sujeito e verbo, não se aplica. A forma correta, sempre, é “houve”, independentemente da quantidade de elementos envolvidos. Assim, dizemos “Houve muitos acidentes”, “Houve apenas uma reclamação”, “Houve diversas oportunidades”.
A confusão, provavelmente, surge da analogia com outros verbos que concordam com o sujeito plural. No entanto, é fundamental lembrar que o “haver”, no sentido de existir ou ocorrer, se comporta de maneira diferente. Internalizar essa regra nos permite comunicar com mais precisão e evitar equívocos gramaticais comuns. Em resumo, a impessoalidade do “haver” justifica sua invariabilidade, tornando “houveram” uma forma incorreta e “houve” a única opção válida.
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