Qual é o tipo de concordância que ocorre entre sujeito e predicativo?
A concordância verbal entre sujeito e predicativo do sujeito varia. Se o predicativo expressa qualidade, geralmente não há concordância (ex: As férias foram um sonho). No entanto, com sujeito composto por mais de uma expressão nominal, o predicativo normalmente vai para o plural (ex: O leite e o queijo são saudáveis). A flexão depende da natureza do predicativo.
A Concordância Sujeito-Predicativo: Um Mar de Nuances
A concordância verbal, tão crucial para a harmonia sintática da língua portuguesa, apresenta um comportamento peculiar quando envolve o predicativo do sujeito. Diferentemente da concordância mais direta entre sujeito e verbo, a relação entre sujeito e predicativo apresenta nuances que dependem fortemente da natureza semântica e morfológica do próprio predicativo. Afirmar que há uma regra única e inflexível é incorreto; a concordância sujeito-predicativo é um terreno fértil para a observação de casos específicos e variações de uso.
O predicativo, como sabemos, é um termo que atribui uma característica ou estado ao sujeito. Ele pode ser nominal (adjetivo, substantivo, pronome) ou oracional (oração subordinada substantiva). É essa natureza que condiciona o tipo de concordância.
Quando o predicativo é nominal:
Nesta situação, a concordância não segue um padrão rígido. Se o predicativo expressa uma qualidade inerente ao sujeito, a concordância com o sujeito é facultativa, podendo concordar em número e gênero ou permanecer invariável, principalmente quando se trata de adjetivos substantivados ou expressões adverbiais.
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Concordância comum (mas não obrigatória): “As férias foram maravilhosas.” / “As férias foram um sonho.” (Aqui, a concordância com o sujeito plural é perfeitamente aceitável, mas a invariabilidade também se mostra adequada.)
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Invariabilidade: “As férias foram ótimo.” (Apesar da aparente discordância, a construção é aceitável, especialmente na linguagem coloquial, e ressalta a unidade semântica entre o predicativo e o sujeito.)
Por outro lado, quando o predicativo se refere a um sujeito composto, a tendência, especialmente na linguagem formal, é a concordância no plural, visando a harmonia sintática e a clareza na mensagem.
- Concordância no plural com sujeito composto: “O leite e o queijo são saudáveis.” / “Sua alegria e sua energia eram contagiosas.”
Entretanto, se os elementos do sujeito composto se referem à mesma pessoa ou coisa, a concordância pode se dar no singular.
- Concordância no singular com sujeito composto sinônimo: “Sua inteligência e seu saber era admirável.” (A inteligência e o saber pertencem à mesma pessoa)
Quando o predicativo é oracional:
A concordância, nesse caso, é mais simples. O verbo principal (de ligação) concordará com o sujeito da oração principal, independentemente da concordância (ou ausência dela) na oração predicativa.
- Concordância com o sujeito: “O problema foi que ele não se esforçou o suficiente.” / “A solução era que todos colaborassem.”
Conclusão:
A concordância entre sujeito e predicativo do sujeito não segue regras tão rígidas quanto a concordância entre sujeito e verbo. A flexibilidade se mostra perceptível, principalmente quando o predicativo é nominal, dependendo fortemente da intenção comunicativa e do contexto. A análise da natureza do predicativo – se é adjetivo, substantivo, ou uma oração – e da relação semântica com o sujeito é crucial para a compreensão da concordância, ou da sua ausência, nesse tipo específico de construção. A priorização da clareza e da harmonia da frase deve nortear a escolha entre a concordância ou a invariabilidade do predicativo. O bom uso da língua, portanto, requer sensibilidade e atenção às particularidades de cada caso.
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