Quantas pessoas falam língua gestual portuguesa?
Portugal abriga aproximadamente 120.000 pessoas com algum nível de deficiência auditiva. Dentre essas, cerca de 30.000 são surdos nativos fluentes em Língua Gestual Portuguesa (LGP), principalmente aqueles com surdez severa ou profunda. A maioria dos surdos portugueses se comunica em LGP.
A Língua Gestual Portuguesa: Quantos a utilizam em Portugal? Uma questão de números e representatividade
A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é uma língua visual-espacial rica e complexa, com sua própria gramática e sintaxe, totalmente independente da língua portuguesa falada. No entanto, determinar o número exato de pessoas que a utilizam em Portugal é uma tarefa desafiadora, permeada por questões de definição, acesso a dados e inclusão.
Dados oficiais sobre a população surda em Portugal apontam para cerca de 120.000 pessoas com algum nível de deficiência auditiva. Entretanto, este número engloba um espectro amplo de perdas auditivas, desde leves a profundas. A estimativa de 30.000 surdos nativos fluentes em LGP, comumente citada, refere-se especificamente àqueles com surdez severa ou profunda, que, pela natureza de sua deficiência, aprendem a LGP como primeira língua, muitas vezes no seio da comunidade surda.
É crucial destacar que esta cifra de 30.000 não representa a totalidade dos utilizadores de LGP em Portugal. Muitos surdos com perda auditiva menos severa podem utilizar a LGP em conjunto com a língua portuguesa falada ou escrita, ou ainda, apresentar proficiência variável na língua gestual. Além disso, a LGP é também aprendida por familiares, intérpretes e profissionais que trabalham com a comunidade surda, ampliando ainda mais o número de pessoas que a compreendem e utilizam, embora não como língua nativa.
A dificuldade em quantificar o número preciso de falantes de LGP também reside na própria natureza da pesquisa nessa área. A coleta de dados sobre a comunidade surda exige metodologias sensíveis e inclusivas, que considerem as especificidades da comunicação em LGP e evitem a exclusão de grupos marginalizados. A falta de investimentos em pesquisas dedicadas à comunidade surda e à sua língua contribui para a carência de dados precisos e abrangentes.
Portanto, enquanto a estimativa de 30.000 surdos nativos fluentes em LGP serve como um importante ponto de partida, é fundamental entender que este número representa apenas uma parte da realidade. A LGP possui um alcance maior e mais abrangente do que sugerem apenas os dados sobre surdez profunda, e o seu uso efetivo na sociedade portuguesa se estende para além da comunidade surda propriamente dita, refletindo a necessidade de maior inclusão e reconhecimento desta língua vital. Investimentos em pesquisas mais robustas e ações que promovam a visibilidade e o reconhecimento da LGP são essenciais para uma compreensão mais completa de sua utilização e impacto na sociedade portuguesa.
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