Que classe de palavras pertence que?
A palavra que atua como conjunção, conectando orações de forma coordenativa ou subordinativa. Sua classificação específica depende da função sintática na frase: conjunção coordenativa ou conjunção subordinativa, nomeando-se conforme a oração que introduz. Sua versatilidade permite o enlace entre diferentes estruturas frasais.
A Palavra “Que”: Um Camaleão Gramatical
A palavra “que” é uma verdadeira camaleão da língua portuguesa. Sua versatilidade impressiona, transitando por diferentes classes gramaticais e assumindo funções diversas dentro da frase. Embora frequentemente associada à ideia de conjunção, sua atuação vai muito além, podendo ser também pronome, advérbio ou partícula expletiva. Compreender suas nuances é fundamental para dominar a riqueza expressiva do nosso idioma.
“Que” Conjunção: A Ponte Entre Ideias
Como conjunção, o “que” atua como uma ponte, conectando orações e estabelecendo relações de sentido entre elas. Essa conexão pode ser coordenativa, quando liga orações independentes, ou subordinativa, quando liga uma oração dependente a uma principal.
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Coordenativas: Nesse caso, o “que” introduz orações coordenadas sindéticas, classificando-se de acordo com a relação que estabelece: aditiva (e, mas também), adversativa (mas, porém), alternativa (ou…ou, ora…ora), conclusiva (logo, portanto), explicativa (porque, pois). Exemplos:
- “Estudou bastante, que queria passar no concurso.” (explicativa)
- “Choveu muito, que o rio transbordou.” (consecutiva – note que a coordenativa conclusiva pode indicar consequência)
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Subordinativas: Aqui, o “que” introduz orações subordinadas, classificando-se conforme a função da oração que introduz: substantivas (subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas, apositivas), adjetivas (restritivas e explicativas), adverbiais (causais, concessivas, condicionais, conformativas, comparativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais). Exemplos:
- “É importante que você estude.” (subordinada substantiva subjetiva)
- “Espero que você se saia bem.” (subordinada substantiva objetiva direta)
- “O livro que comprei é ótimo.” (subordinada adjetiva restritiva)
Além das Conjunções: Outras Facetas do “Que”
A versatilidade do “que” não se limita às conjunções. Ele pode assumir outros papéis importantes na frase:
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Pronome: Pode ser pronome relativo (referindo-se a um termo anterior), pronome indefinido (indicando algo vago) ou pronome interrogativo (introduzindo perguntas).
- “O carro que comprei é azul.” (pronome relativo)
- “Tenho que fazer hoje.” (pronome indefinido – equivale a “algo”)
- “Que horas são?” (pronome interrogativo)
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Advérbio: Nesse caso, modifica um adjetivo ou outro advérbio, intensificando-o.
- “Que lindo está o dia!” (advérbio de intensidade)
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Partícula Expletiva: Em alguns casos, o “que” não exerce função sintática, sendo apenas um recurso estilístico para dar ênfase. Sua retirada não altera o sentido da frase.
- “Ela disse que sim.” (partícula expletiva)
Desvendando o “Que”: Contexto é a Chave
Diante da multiplicidade de funções do “que”, o contexto é fundamental para desvendar sua classe gramatical e função sintática em cada situação. Analisar a estrutura da frase, as relações entre as orações e o sentido geral do texto são passos essenciais para compreender o papel desse camaleão gramatical na construção da mensagem. Aprofundar-se no estudo do “que” é mergulhar nas nuances da língua portuguesa e aprimorar a habilidade de comunicação.
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