Quanto ganha para ser escritor?

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Escritores ganham em média de R$ 6.740,68 (redator técnico) a R$ 19.254,72 (autor-roteirista), variando conforme a especialidade. Ficção rende R$ 10.638,11 e não-ficção, R$ 7.027,77.

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Quanto ganha um escritor no Brasil? Desvendando a realidade além dos números médios

A pergunta “Quanto ganha um escritor?” não possui uma resposta simples. Enquanto pesquisas apontam uma média salarial que varia significativamente, de R$ 6.740,68 a R$ 19.254,72, dependendo da especialidade, a realidade para quem vive da escrita é muito mais matizada e complexa do que esses números sugerem. Afinal, esses valores médios escondem uma grande diversidade de situações e modelos de trabalho.

A mencionada média de R$ 6.740,68 para redatores técnicos e R$ 19.254,72 para autores-roteiristas ilustra bem a disparidade. A área técnica, que demanda habilidades específicas e, muitas vezes, conhecimento profundo em um determinado setor, tende a remunerar melhor por hora ou por projeto, oferecendo maior previsibilidade de renda. Já autores-roteiristas, dependendo do sucesso de suas obras, podem ultrapassar essas médias, mas também enfrentam maior incerteza quanto aos ganhos. A diferença entre ficção (R$ 10.638,11) e não-ficção (R$ 7.027,77) também merece atenção, refletindo talvez a maior dificuldade em se estabelecer no mercado de ficção, que costuma ser mais competitivo.

Mas o que esses números não dizem?

  • A variabilidade da renda: A maior parte dos escritores não recebe um salário fixo. Muitos trabalham com projetos, recebendo por palavra, página ou obra concluída. Essa variabilidade implica em meses de alta renda e meses de baixa, exigindo planejamento financeiro rigoroso e, muitas vezes, a busca por fontes de renda complementares.

  • O tempo de construção de carreira: Alcançar um nível de renda estável e significativo como escritor exige, na maioria dos casos, anos de trabalho árduo, dedicação constante e a construção de uma rede de contatos sólida. Os números médios raramente refletem a realidade de quem está começando.

  • O tipo de publicação: Escrever para grandes editoras, plataformas digitais ou de forma independente impacta significativamente na remuneração. Livros publicados por editoras independentes, por exemplo, muitas vezes oferecem apenas royalties, que podem ser baixos, especialmente para autores iniciantes.

  • A necessidade de marketing pessoal: Escritores precisam também ser seus próprios empresários, investindo em marketing e divulgação de seu trabalho para alcançar um público maior. Essa atividade consome tempo e recursos, que precisam ser considerados na avaliação dos ganhos.

  • O valor subjetivo do trabalho: Para muitos, a escrita é uma paixão que transcende o aspecto financeiro. A satisfação de criar, de ver seu trabalho publicado e de conectar-se com os leitores é um fator motivacional crucial, embora não represente uma renda garantida.

Em conclusão, enquanto os números médios fornecem um panorama geral, eles não refletem a complexidade da realidade de um escritor. A trajetória profissional na área da escrita é marcada por altos e baixos, exigindo perseverança, resiliência e uma compreensão clara dos diferentes modelos de trabalho e seus impactos na renda. É fundamental considerar todos esses fatores para construir uma perspectiva realista e sustentável sobre a profissão.