Por que Tourette fala palavrão?

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A síndrome de Tourette se caracteriza por uma disfunção no sistema inibitório do cérebro, especificamente no córtex pré-frontal. Este sistema, responsável por filtrar impulsos e pensamentos antes que se manifestem, funciona deficientemente em indivíduos com a síndrome, permitindo a exteriorização de vocalizações involuntárias, incluindo palavrões. A falha nesse filtro neuronal é a chave para entender a manifestação verbal.

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Por que pessoas com Síndrome de Tourette falam palavrões?

A Síndrome de Toutiques é um transtorno neurológico que afeta principalmente a função executiva do cérebro, mais especificamente, o sistema inibitório do córtex pré-frontal. Compreender a fala de palavrões, ou coprolalia, em indivíduos com essa condição requer olhar para a neurobiologia da síndrome e afastar crenças populares equivocadas.

A síndrome não é uma escolha, e a coprolalia, assim como outros sintomas, não é uma forma de provocar ou desrespeitar. A coprolalia, e outros tiques vocais, são manifestações involuntárias decorrentes de uma disfunção na comunicação entre as áreas cerebrais responsáveis pela inibição de impulsos e pela expressão verbal.

Imagine o cérebro como uma central telefônica. Pessoas sem a síndrome têm um sistema eficaz para filtrar chamadas indesejadas. Quando um pensamento ou impulso surge, ele é analisado e, se necessário, bloqueado antes de ser expresso. Em pessoas com Tourette, esse sistema de filtro é deficiente. As conexões neurais que deveriam suprimir determinados impulsos falham, permitindo que pensamentos e palavras, às vezes inadequadas, “escapem” para o exterior.

É importante enfatizar que a coprolalia é apenas um dos vários sintomas possíveis na Síndrome de Tourette. A manifestação verbal pode incluir desde palavras e frases banais até sons e palavras mais complexas e, como dito, palavrões. A frequência e intensidade variam significativamente de pessoa para pessoa. A apresentação também pode ser influenciada por fatores como estresse, fadiga ou até mesmo certos medicamentos.

A neurobiologia da Síndrome de Tourette está em constante investigação. A complexidade da condição dificulta uma compreensão completa. Porém, a disfunção no sistema inibitório, ligada à falha no controle da atividade motora e verbal, é atualmente a explicação científica mais aceita para o surgimento de tiques e coprolalia.

É crucial destacar que não há nada de intencional na coprolalia ou em qualquer outro tic. A pessoa com a Síndrome de Tourette não escolhe falar palavrões e não tem controle sobre esses atos involuntários. Compreensão e empatia são fundamentais para lidar com essa condição e, principalmente, para criar um ambiente de aceitação e respeito para as pessoas que a vivenciam.