Quais são as fases da disfagia?

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A disfagia, ou dificuldade de engolir, é classificada em níveis de gravidade. Do mais grave (nível 1) ao normal (nível 7), a escala inclui: disfagia grave, moderada-grave, moderada, leve-moderada, leve e, finalmente, a deglutição funcional e normal. Essa classificação auxilia no tratamento individualizado.

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Desvendando as Fases da Disfagia: Uma Abordagem Multifatorial

A disfagia, a dificuldade em engolir, não se apresenta como uma condição monolítica. Sua complexidade exige uma avaliação minuciosa, que considera diversos fatores para determinar a sua gravidade e, consequentemente, o tratamento mais adequado. Ao contrário de uma simples classificação numérica, a compreensão das fases da disfagia demanda uma análise holística, levando em conta aspectos fisiológicos, nutricionais e psicossociais do paciente. Neste artigo, abordaremos as diferentes manifestações da disfagia, evitando a simplificação de uma escala numérica linear, e focando na diversidade de apresentações clínicas.

1. Disfagia Orofaríngea (Fase Oral e Faríngea): Essa fase engloba dificuldades na preparação do bolo alimentar na boca (fase oral) e na sua passagem pela faringe (fase faríngea). As manifestações podem variar consideravelmente:

  • Fase Oral: Dificuldade na mastigação, formação inadequada do bolo alimentar, retenção de alimento na boca, salivação excessiva (sialorreia), e sensação de que o alimento está “preso” na boca. As causas podem ser fraqueza muscular da língua, alterações sensoriais (redução da sensibilidade gustativa ou tátil), ou problemas neurológicos.

  • Fase Faríngea: Dificuldade no desencadeamento do reflexo de deglutição, penetração de alimento na laringe (entrada de alimento na via aérea superior), aspiração (entrada de alimento nos pulmões), regurgitação nasal, tosse durante ou após a deglutição, sensação de “bolo” preso na garganta. Problemas na coordenação muscular faríngea, redução da força muscular, e disfunções neurológicas são causas comuns.

2. Disfagia Esofágica (Fase Esofágica): Essa fase se caracteriza por dificuldades na passagem do alimento pelo esôfago, o tubo muscular que conecta a faringe ao estômago. Os sintomas podem incluir:

  • Disfagia progressiva: A dificuldade em engolir piora gradualmente ao longo do tempo.
  • Disfagia intermitente: A dificuldade em engolir ocorre de forma esporádica.
  • Odinofagia: Dor ao engolir.
  • Sensação de obstrução: Sensação de que algo está obstruindo o esôfago.
  • Regurgitação: Retorno do alimento à boca.
  • Pirosis: Azia.

3. Aspectos a serem considerados na avaliação da gravidade:

A gravidade da disfagia não pode ser reduzida a uma escala numérica. Deve-se avaliar:

  • Independência na alimentação: O paciente consegue se alimentar sozinho? Necessita de auxílio?
  • Nutrição e hidratação: Está bem nutrido e hidratado? Existe risco de desnutrição ou desidratação?
  • Risco de aspiração: Qual a probabilidade de o alimento entrar na via aérea e causar pneumonia?
  • Qualidade de vida: Como a disfagia afeta a qualidade de vida do paciente (socialmente, psicologicamente e emocionalmente)?

A avaliação da disfagia é multidisciplinar, envolvendo fonoaudiólogos, médicos (neurologistas, gastroenterologistas, otorrinolaringologistas), nutricionistas e outros profissionais, conforme a necessidade individual de cada paciente. A classificação em “níveis” de gravidade deve ser vista como um guia inicial, e não como um diagnóstico definitivo. A abordagem terapêutica deve ser personalizada, considerando as características individuais de cada caso. A descrição detalhada dos sintomas, combinada com exames complementares, é crucial para um diagnóstico preciso e tratamento eficaz.