Quais são os transtornos de fala?

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A disfemia, como a gagueira, afeta a fluência e o ritmo da fala. O atraso na fala compromete tanto a compreensão quanto a expressão verbal. Já a disfonia caracteriza-se por alterações na qualidade e emissão vocal, podendo ser causada por fatores emocionais, idade, sexo, mau uso da voz ou respiração inadequada.

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Além da Gagueira: Desvendando os Transtornos da Fala

A comunicação é essencial para a interação humana, e a fala, como principal ferramenta dessa troca, pode ser afetada por diferentes transtornos que vão além da conhecida gagueira. Estes transtornos impactam a fluência, a articulação, a voz e até mesmo a compreensão da linguagem, gerando dificuldades significativas na vida social, acadêmica e profissional de quem os vivencia. Compreender a diversidade desses distúrbios é o primeiro passo para a busca por diagnóstico e tratamento adequados.

Embora a gagueira seja frequentemente o transtorno de fala mais lembrado, o universo da comunicação humana é muito mais complexo. Para além da disfluência característica da gagueira, existem outros quadros que merecem atenção. Podemos dividi-los, de forma simplificada, considerando os aspectos da fala afetados:

1. Transtornos da Fluência:

  • Disfemia (Gagueira): Caracterizada por interrupções involuntárias no fluxo da fala, como repetições de sons, sílabas ou palavras, prolongamentos de sons e bloqueios. A gagueira pode ser acompanhada por tensão muscular, movimentos faciais e corporais, além de ansiedade e frustração.
  • Taquilalia: Um distúrbio na fluência caracterizado pela fala excessivamente rápida e apressada, muitas vezes acompanhada por erros de articulação e omissão de sílabas. A rapidez pode comprometer a clareza e a compreensão da mensagem.
  • Bradilalia: Ao contrário da taquilalia, a bradilalia se manifesta por uma fala lenta e arrastada, com pausas prolongadas entre as palavras. Pode ser um sintoma de diversas condições neurológicas.

2. Transtornos da Articulação:

  • Disartria: Dificuldade em articular sons e palavras devido a fraqueza ou falta de coordenação dos músculos envolvidos na fala. A fala pode soar arrastada, lenta, rouca ou nasalizada. Frequentemente associada a condições neurológicas.
  • Apraxia de Fala: Transtorno neurológico que afeta a capacidade de planejar e sequenciar os movimentos musculares necessários para a fala. A pessoa sabe o que quer dizer, mas tem dificuldade em coordenar os movimentos da boca, língua e outros órgãos para produzir os sons corretamente.
  • Dislalia: Também conhecida como “troca de letras”, caracteriza-se pela dificuldade em articular sons específicos, como trocar o “R” pelo “L”, o “S” pelo “Z” ou omitir sons consonantais.

3. Transtornos da Voz:

  • Disfonia: Alteração na qualidade da voz, que pode se manifestar como rouquidão, soprosidade, aspereza, cansaço vocal, perda da voz ou alterações na frequência (voz mais grave ou aguda). Pode ter causas diversas, desde o uso inadequado da voz até problemas nas cordas vocais.
  • Afonia: Perda total da voz. Pode ser temporária ou permanente, e suas causas variam de infecções a lesões nas cordas vocais.

4. Transtornos da Linguagem (que afetam também a fala):

  • Atraso de Linguagem: Caracterizado pelo desenvolvimento da linguagem mais lento do que o esperado para a idade da criança. Afeta tanto a compreensão quanto a expressão verbal, impactando a capacidade de comunicação.
  • Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC): Dificuldade em processar as informações auditivas, o que pode afetar a compreensão da fala, mesmo em ambientes silenciosos.

Vale ressaltar que a presença de um transtorno de fala não indica necessariamente um problema cognitivo. Cada quadro possui suas particularidades e exige uma avaliação individualizada por profissionais especializados, como fonoaudiólogos, para um diagnóstico preciso e a definição do tratamento mais adequado. A intervenção precoce é fundamental para minimizar os impactos e promover uma comunicação mais efetiva.