Qual o nome da fobia de perder alguém que ama?

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A fobia de perder alguém que ama não possui um nome específico e universalmente reconhecido na literatura médica. O medo intenso e persistente de perder entes queridos se enquadra mais amplamente em quadros de ansiedade, como transtorno de ansiedade de separação ou, dependendo da intensidade e características, pode ser um sintoma de outros transtornos, como transtorno obsessivo-compulsivo. A avaliação profissional é crucial para um diagnóstico preciso.
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O Medo Constante da Perda: Quando a Ansiedade Consome o Amor

O amor, em sua essência, é um sentimento complexo e multifacetado, capaz de nos impulsionar a atos de extrema generosidade e coragem. Contudo, essa força vital pode, por vezes, ser obscurecida por um medo paralisante: o medo da perda daqueles que amamos. Essa angústia, embora compreensível em certas circunstâncias, pode se tornar avassaladora, impactando significativamente a qualidade de vida e os relacionamentos. Mas como classificar esse temor? Existe um nome específico para a fobia de perder alguém que amamos?

A resposta, ao contrário do que muitos pensam, não é tão simples. Não há uma fobia oficialmente reconhecida na literatura médica com essa denominação específica. O medo intenso e persistente da perda de entes queridos, na verdade, se manifesta sob o guarda-chuva de outros transtornos de ansiedade, sendo o mais próximo o Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS). Embora o TAS seja comumente associado à infância, ele pode persistir ou se desenvolver na idade adulta, manifestando-se como uma preocupação excessiva com a segurança e o bem-estar dos entes queridos.

Essa preocupação exacerbada pode levar a comportamentos disfuncionais, como ligações constantes para confirmar a segurança do outro, dificuldade em se distanciar fisicamente, e até mesmo a idealização do ente querido, temendo que qualquer deslize no relacionamento possa resultar na perda. A angústia gerada por essa constante apreensão pode ser debilitante, causando sintomas físicos como palpitações, sudorese, náuseas e dificuldade para dormir.

Além do TAS, o medo da perda também pode estar associado a outros quadros, como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Nesse caso, o medo pode se manifestar através de pensamentos obsessivos e intrusivos sobre a possibilidade de perder alguém, acompanhados por comportamentos compulsivos, como rituais ou superstições, na tentativa de afastar essa possibilidade. Por exemplo, uma pessoa pode se sentir obrigada a repetir uma determinada frase ou realizar uma ação específica para garantir a segurança de um ente querido.

A complexidade desse medo reside, em parte, na sua intrínseca relação com o amor e o apego. É natural sentir preocupação com o bem-estar daqueles que amamos, e até mesmo experimentar um certo grau de ansiedade diante da possibilidade de perdê-los. A linha que separa a preocupação saudável do medo patológico, no entanto, é tênue e depende da intensidade, duração e impacto desses sentimentos na vida da pessoa.

Por isso, a auto-diagnose é fortemente desencorajada. Se o medo da perda está interferindo significativamente em sua vida, causando sofrimento e limitando suas atividades, buscar ajuda profissional é fundamental. Um psicólogo ou psiquiatra poderá realizar uma avaliação completa, considerando seu histórico pessoal, sintomas e comportamentos, para chegar a um diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado.

O tratamento, geralmente, envolve psicoterapia, com abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que auxilia na identificação e modificação de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais. Em alguns casos, a medicação também pode ser recomendada, em conjunto com a terapia, para auxiliar no controle dos sintomas de ansiedade.

Superar o medo da perda não significa deixar de amar. Pelo contrário, significa aprender a lidar com a incerteza inerente à vida e construir relacionamentos mais saudáveis e resilientes, baseados na confiança e no respeito mútuo, permitindo que o amor floresça sem ser sufocado pelo medo.