Quem são os receptores do texto?

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O receptor da mensagem, também conhecido como interlocutor ou destinatário, é a pessoa que recebe a comunicação do locutor. A compreensão da mensagem depende da decodificação do código compartilhado entre ambos. Sua função é fundamental para a efetividade da comunicação. A interpretação da mensagem pelo receptor completa o processo comunicativo.

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Além do Destinatário: A Complexidade dos Receptores em um Ato Comunicativo

A afirmação de que o receptor de uma mensagem é simplesmente a pessoa que a recebe é, embora verdadeira em sua simplicidade, uma simplificação excessiva. A comunicação, especialmente na era digital, apresenta uma complexidade que exige uma análise mais profunda do papel do “receptor”. Afirmar que existe apenas um receptor é frequentemente equivocado. Em vez disso, deveríamos falar de receptores, no plural, considerando diversos níveis e perspectivas na recepção de uma mensagem.

O parágrafo introdutório cita corretamente o receptor como a pessoa que decodifica a mensagem do locutor, utilizando um código compartilhado. No entanto, essa “pessoa” pode ser, na realidade, um conjunto de indivíduos, cada um com sua própria experiência, contexto e interpretação. Consideremos os seguintes exemplos:

  • Receptores Primários e Secundários: Um anúncio de televisão, por exemplo, tem como receptor primário o público alvo a que se destina (jovens adultos interessados em um novo produto, digamos). Porém, seus pais, irmãos, ou mesmo pessoas que apenas o veem por acaso, tornam-se receptores secundários. A mensagem pode afetá-los de forma diferente, ou mesmo não ter efeito algum. O sucesso da campanha não se mede apenas pela resposta do grupo primário.

  • Receptores Individuais e Coletivos: Um artigo de opinião publicado em um jornal alcança uma audiência coletiva, mas cada leitor o interpreta individualmente. Suas experiências pessoais, crenças e pré-conceitos moldam a forma como compreendem e respondem ao texto. O efeito da mensagem, portanto, varia de receptor para receptor, mesmo dentro do mesmo grupo coletivo.

  • Receptores Intencionais e Acidentais: Um email dirigido a um cliente específico tem um receptor intencional claro. Mas, e se esse email for interceptado por terceiros? Esses receptores acidentais, sem o conhecimento ou consentimento do locutor, também recebem e interpretam a mensagem. O impacto disso na comunicação original pode ser significativo.

  • Receptores Ativos e Passivos: Um receptor ativo engaja-se ativamente com a mensagem, questiona-a, reflete sobre ela e, possivelmente, reage. Um receptor passivo, por outro lado, apenas recebe a informação sem uma interação profunda. A diferença entre esses tipos de receptores afeta a eficácia da comunicação e a forma como a mensagem é internalizada.

Em suma, a análise do receptor vai além da simples identificação do destinatário imediato. Compreender a multiplicidade de receptores, suas características individuais e coletivas, e suas diferentes formas de interagir com a mensagem é crucial para uma avaliação completa do processo comunicativo e para a construção de uma comunicação efetiva e significativa. A eficácia da mensagem reside não apenas na habilidade do locutor em transmitir, mas na capacidade dos diversos receptores em recebê-la, interpretá-la e respondê-la de maneira coerente com suas próprias realidades.