O que mais irrita quem tem TDAH?

14 visualizações

A impulsividade e a dificuldade de concentração são fontes de grande frustração para crianças com TDAH. A estruturação de rotinas, atividades diversificadas e reforço positivo são cruciais para auxiliar no manejo dessas características. A paciência e compreensão dos pais e professores são fundamentais para o sucesso.

Feedback 0 curtidas

O que realmente irrita quem tem TDAH: além dos sintomas clássicos

A impulsividade e a dificuldade de concentração são, sim, marcas registradas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas a experiência de quem convive com a condição vai muito além desses sintomas clássicos. A frustração, muitas vezes invisível aos olhos de quem não tem TDAH, é um peso constante, alimentada por uma série de fatores que vão além do simples “não conseguir prestar atenção”. Este artigo explora alguns desses irritantes cotidianos, focando na experiência subjetiva da pessoa com TDAH.

A avalanche de estímulos e a incapacidade de filtrá-los: Imagine um mundo com o volume no máximo, constantemente bombardeado por informações visuais, auditivas e sensoriais. Para quem não tem TDAH, é possível selecionar o que é relevante e ignorar o resto. Para quem tem, esse filtro simplesmente não funciona como deveria. Sons distantes, conversas paralelas, luz fluorescente, até mesmo a textura de uma roupa podem se tornar incontroláveis fontes de distração, gerando irritação e sobrecarga sensorial que levam a uma sensação de caos interno. Essa constante “luta” contra os estímulos externos é exaustiva e, frequentemente, incompreendida.

A falta de reconhecimento e a culpa: Muitas vezes, a dificuldade de concluir tarefas, a desorganização e a impulsividade são interpretados como falta de esforço, preguiça ou falta de caráter. Essa falta de compreensão do que realmente está acontecendo, tanto em casa quanto no ambiente profissional, gera um ciclo vicioso de frustração e culpa. A pessoa com TDAH se esforça, muitas vezes mais do que os outros, para “se encaixar”, mas se sente constantemente falhando, o que aumenta a autocrítica e a baixa autoestima. A ausência de empatia e a cobrança excessiva são verdadeiros gatilhos para a irritação.

A montanha de tarefas inacabadas e a sensação de fracasso: A dificuldade de organização e planejamento, combinada com a impulsividade, resulta em uma constante sensação de ineficiência. Projetos inacabados se acumulam, gerando ansiedade e frustração. A sensação de estar constantemente “atrás” e de não conseguir acompanhar o ritmo dos outros é profundamente desgastante, gerando irritação e autodepreciação. A pressão social para ser produtivo e eficiente amplifica ainda mais essa sensação de fracasso.

A luta interna contra a própria mente: Lidar com a hiperatividade, a impulsividade e a dificuldade de concentração é uma batalha diária, uma luta interna contra a própria mente. A constante necessidade de se controlar, de reprimir impulsos e de lutar contra a distração é esgotante, gerando irritação e cansaço mental. A sensação de não ter controle sobre a própria mente pode ser profundamente frustrante e desanimadora.

A importância da compreensão e do suporte: Compreender essas nuances da experiência com TDAH é crucial para oferecer suporte adequado. A irritação decorrente do TDAH não é uma questão de mau comportamento, mas sim uma consequência de uma condição neurológica. A paciência, a empatia e a busca por estratégias de manejo, como terapia, medicação (quando indicada) e técnicas de organização, são fundamentais para ajudar a pessoa com TDAH a gerenciar suas dificuldades e minimizar a frustração diária. Mais do que nunca, a conscientização e a mudança de perspectiva são essenciais para transformar a experiência de quem vive com TDAH.