Como classificar as palavras em derivadas é compostas?

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A formação de palavras no português se dá principalmente por derivação e composição. Na derivação, adicionamos afixos (prefixos ou sufixos) a um radical, podendo ser prefixal, sufixal, parassintética ou regressiva. Já na composição, unimos dois ou mais radicais, seja por justaposição (sem alteração) ou por aglutinação (com alteração).

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Desvendando a Formação de Palavras: Classificando Derivadas e Compostas

A língua portuguesa, em sua constante evolução, nos presenteia com uma rica teia de palavras, construídas a partir de diferentes processos. Dentre eles, destacam-se a derivação e a composição, mecanismos essenciais para a expansão do nosso vocabulário. Distingui-las, no entanto, pode gerar dúvidas. Este artigo se propõe a elucidar as nuances entre esses dois processos, apresentando um guia prático para classificar palavras derivadas e compostas.

Como já introduzido, a derivação e a composição são os principais processos de formação de palavras em português. A derivação opera a partir de um radical, adicionando afixos (prefixos, sufixos ou ambos). Já a composição une dois ou mais radicais, criando uma nova palavra com significado próprio.

A chave para a distinção reside na identificação da unidade mínima de significado, o radical. Na derivação, partimos de um único radical e o modificamos com afixos. Pense em “casa” (radical). Podemos derivar “casebre” (sufixo -bre), “casinha” (sufixo -inha), “descasar” (prefixo des- e sufixo -ar). Note que o sentido central, relacionado à ideia de “moradia”, se mantém, embora nuances sejam adicionadas.

Na composição, a lógica é diferente. Unimos dois ou mais radicais, cada um contribuindo para o significado final. “Girassol” (gira + sol), por exemplo, combina os radicais “gira” e “sol”, formando uma palavra que designa a flor que se volta para o sol. A junção cria um sentido novo, que não existia isoladamente em “gira” ou “sol”.

Classificando as Derivadas:

Dentro da derivação, podemos identificar diferentes tipos:

  • Prefixal: Acréscimo de prefixo ao radical (in-feliz, re-ler).
  • Sufixal: Acréscimo de sufixo ao radical (feliz-mente, amor-oso).
  • Parassintética: Acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, de forma que a palavra só existe com ambos (a-joelh-ar, em-pobr-ecer). Retirar um ou outro resulta em uma forma inexistente na língua.
  • Regressiva: Formação de um substantivo a partir de um verbo, geralmente por supressão de elementos (o choro, de chorar; a luta, de lutar). Perceba a ideia de ação condensada no substantivo derivado.

Classificando as Compostas:

A composição também se subdivide em:

  • Justaposição: União de dois ou mais radicais sem alteração fonética (passatempo, girassol, couve-flor).
  • Aglutinação: União de dois ou mais radicais com alteração fonética (fidalgo – filho de algo; embora – em boa hora; planalto – plano alto). A adaptação fonética é a marca distintiva deste processo.

Dica prática:

Para diferenciar derivação e composição, tente decompor a palavra. Se encontrar apenas um radical acompanhado de afixos, trata-se de derivação. Se encontrar dois ou mais radicais que contribuem para o significado, é composição.

Compreender esses processos de formação de palavras não apenas enriquece nosso conhecimento da língua, como também nos permite utilizar o vocabulário com maior precisão e expressividade. Ao desvendar a estrutura das palavras, desvendamos também os mecanismos da própria linguagem.