Como usar as formas nominais do verbo?

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As formas nominais do verbo, sem contexto verbal, não indicam tempo nem modo. Elas atuam como substantivos, adjetivos ou advérbios, perdendo a conotação original de verbo e assumindo função nominal.

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Dominando as Formas Nominais do Verbo: Infinitivo, Gerúndio e Particípio

As formas nominais do verbo – infinitivo, gerúndio e particípio – são ferramentas essenciais para a construção de frases mais ricas e expressivas na língua portuguesa. Diferentemente das formas verbais conjugadas (como “amo”, “amávamos”, “amará”), elas não se flexionam em tempo e modo, comportando-se como substantivos, adjetivos ou advérbios, dependendo do contexto. Entender seu funcionamento é crucial para aprimorar a escrita e a fala.

1. Infinitivo:

O infinitivo é a forma básica do verbo, geralmente terminada em “-r” (amar, partir, viver). Sua principal característica é a ausência de flexão, representando a ação verbal de forma pura e abstrata. No entanto, sua função sintática é variável:

  • Como substantivo:Viver é uma dádiva.” (sujeito) “Desejo aprender novas línguas.” (objeto direto) “Tenho o hábito de ler antes de dormir.” (complemento nominal)

  • Como adjetivo: “Tenho a tarefa de completar o relatório.” (o infinitivo “completar” caracteriza o substantivo “tarefa”)

  • Como advérbio: “Saiu para trabalhar.” (o infinitivo “trabalhar” indica a finalidade da ação de sair). Note que, neste caso, o infinitivo geralmente vem precedido de preposição.

Observação: O infinitivo pode apresentar-se em forma impessoal (sem sujeito explícito: “É preciso estudar”) ou pessoal (com sujeito explícito: “Eu quero estudar”).

2. Gerúndio:

O gerúndio, geralmente terminado em “-ndo” (amando, partindo, vivendo), funciona principalmente como um advérbio, indicando circunstância de tempo, modo ou causa.

  • Circunstância de tempo:Cantando, ela lavava a louça.” (ação simultânea)
  • Circunstância de modo: “Falou gaguejando, quase inaudível.” (modo como a ação ocorreu)
  • Circunstância de causa:Sentindo-se mal, ele desistiu da corrida.” (razão para a ação de desistir)

Também pode ser empregado como adjetivo: “A criança, chorando, pedia colo à mãe.” (o gerúndio “chorando” caracteriza a criança).

Observação: Evite o uso excessivo do gerúndio, principalmente na forma de gerundismo (exemplo: “estamos aguardando a sua resposta, para que possamos estar encaminhando o processo”).

3. Particípio:

O particípio, geralmente terminado em “-ado”, “-ido” ou outras terminações irregulares (amado, partido, visto), apresenta-se como adjetivo, concordando em gênero e número com o substantivo a que se refere. É frequentemente usado na formação de tempos compostos (pretérito perfeito composto: “Eu tenho estudado”) e na voz passiva (ex: “A carta foi escrita”).

  • Como adjetivo: “A música tocada era linda.” (particípio “tocada” caracteriza a música) “Os livros lidos estavam empilhados na mesa.” (particípio “lidos” caracteriza os livros).

Conclusão:

Dominar as formas nominais do verbo amplia significativamente a expressividade e a precisão da linguagem. Compreender sua função sintática – substantiva, adjetiva ou adverbial – e as nuances de seu emprego é fundamental para uma escrita mais elaborada e um discurso mais refinado. A prática e a observação atenta da língua em diferentes contextos são cruciais para a internalização destas regras e para o desenvolvimento de uma escrita mais segura e fluida.