É correto falar autismo leve?
A expressão autismo leve é um termo informal para se referir ao nível 1 do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que engloba indivíduos com características menos intensas do espectro.
Autismo Leve: Um Conceito Controverso
A expressão “autismo leve” é comumente utilizada para descrever indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no nível 1, aqueles que apresentam características menos intensas do espectro. No entanto, essa denominação, apesar de aparentemente prática, esconde uma complexidade e um potencial prejuízo à compreensão e ao tratamento adequado da condição.
Embora exista uma classificação diagnóstica, como o nível 1 do TEA no DSM-5, que reconhece variações na intensidade dos sintomas, a ideia de “leve” implica em uma gradação de “mais ou menos” autismo, como se fosse possível estabelecer um “nível de comprometimento” em uma escala. Essa percepção é imprecisa e potencialmente danosa.
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição intrinsecamente diversa, abrangendo uma ampla gama de experiências individuais. O que pode parecer “leve” para um observador pode representar um desafio significativo para o indivíduo no seu dia a dia, interferindo em aspectos como comunicação social, interações interpessoais, regulação emocional e habilidades de comportamento. A gravidade dos sintomas não determina a necessidade de apoio e intervenção, mas sim a individualidade de cada pessoa.
Além disso, a expressão “autismo leve” tende a minimizar a presença do TEA. Ao classificar alguém como tendo “autismo leve”, corre-se o risco de invisibilizar as necessidades específicas e o impacto real da condição na vida do indivíduo, relegando-o a uma posição de “menos problemático” em comparação com outros com níveis de TEA mais intensos. Essa comparação é injusta e prejudica a construção de uma compreensão holística da condição.
Em vez de usar a expressão “autismo leve”, é mais apropriado e respeitoso referir-se aos diferentes níveis e apresentações do TEA, reconhecendo a singularidade de cada indivíduo. O foco deve estar na identificação das necessidades específicas de cada pessoa com TEA e no desenvolvimento de estratégias de apoio e intervenção individualizadas, levando em conta suas particularidades e forças.
A diversidade no espectro autista deve ser compreendida como um ponto forte, não como um problema que necessita ser “amenizado”. O objetivo não é “aliviar” o autismo, mas sim fornecer suporte e recursos adequados para que pessoas com TEA possam atingir seu máximo potencial e viver suas vidas plenamente, independentemente da intensidade de suas características. A ênfase deve estar na pessoa e em suas necessidades, e não em um rótulo generalizante e potencialmente desrespeitoso.
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