O que é a derivação progressiva?
Derivação progressiva não é um termo gramatical consagrado. Entende-se como o oposto da regressiva: enquanto a regressiva forma palavras novas pela subtração de elementos (ex: combate de combater), a progressiva as criaria por acréscimo.
A Intrigante (e Incomum) Ideia de Derivação Progressiva
A gramática normativa da língua portuguesa nos apresenta diversos processos de formação de palavras, como a derivação e a composição. Dentro da derivação, aprendemos sobre prefixação, sufixação, parassíntese, entre outros. Um processo frequentemente citado é a derivação regressiva, que forma substantivos abstratos a partir de verbos, encurtando-os, como em “combate” (de “combater”) ou “ataque” (de “atacar”). Mas e quanto à sua suposta contraparte, a derivação progressiva?
O termo “derivação progressiva”, como conceito gramatical estabelecido, não existe na literatura linguística tradicional. A ideia, porém, é intrigante: se a regressiva subtrai, a progressiva adicionaria elementos a uma palavra primitiva para criar uma nova. Imagine um processo oposto ao de “correr” virar “corrida”. Teríamos, talvez, “feliz” gerando “felicidade” por acréscimo.
Contudo, casos como “feliz” e “felicidade” já são explicados pela derivação sufixal, com o acréscimo do sufixo “-idade”. A prefixação, com o acréscimo de prefixos como “in-” em “infeliz”, também já é contemplada. A parassíntese, por sua vez, envolve a adição simultânea de prefixo e sufixo, como em “envelhecer”. Todos esses processos já são categorizados e amplamente estudados, englobando as situações que hipoteticamente seriam abarcadas pela “derivação progressiva”.
Então, por que a ideia persiste, mesmo que informalmente? Talvez por uma tentativa de simetria, de encontrar um oposto para a regressiva. A intuição nos leva a buscar pares complementares. No entanto, a formação de palavras é mais complexa do que uma simples dicotomia de adição e subtração.
Outra possível explicação reside na dificuldade de classificar certos processos. A formação de verbos a partir de substantivos, como em “pedra” e “pedrear”, poderia ser erroneamente interpretada como derivação progressiva. No entanto, esse processo também já é classificado como derivação sufixal (com o sufixo “-ear”).
Em resumo, a “derivação progressiva” é um conceito intuitivo, mas redundante diante dos mecanismos já descritos pela gramática. Os processos de formação de palavras por acréscimo já possuem classificações específicas e bem definidas, tornando o termo “derivação progressiva” desnecessário e, portanto, não consagrado na linguística. Embora a ideia de um processo oposto à derivação regressiva seja atraente, a realidade da língua portuguesa nos mostra que a formação de palavras se dá por meio de mecanismos mais complexos e diversificados.
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