O que é uma frase passiva?
A voz passiva, conforme o Dicionário Terminológico, é uma estrutura frasal com verbos transitivos diretos, diretos-indiretos ou transitivos predicativos. Nela, o elemento que seria o complemento se torna o sujeito da oração, enquanto o verbo passa por uma transformação para indicar que a ação é recebida, não praticada, pelo sujeito.
Desvendando a Voz Passiva: Mais do que uma Simples Mudança de Palavras
A gramática da língua portuguesa nos oferece diversas ferramentas para construirmos frases com diferentes nuances de significado. Uma dessas ferramentas, muitas vezes fonte de dúvidas e confusão, é a voz passiva. Mas o que ela realmente significa e como podemos identificá-la em um texto? A resposta vai além de uma simples definição e exige que entendamos a dinâmica da ação verbal.
Em termos simples, a voz passiva descreve uma ação que é recebida pelo sujeito, ao contrário da voz ativa, onde o sujeito pratica a ação. Imagine a cena: um pintor pinta um quadro. Na voz ativa, temos: “O pintor pintou o quadro.” Aqui, o sujeito (“o pintor”) realiza a ação (“pintou”). Agora, vejamos na voz passiva: “O quadro foi pintado pelo pintor.” Note que o sujeito (“o quadro”) recebe a ação de ser pintado. A ênfase se deslocou do agente da ação para o paciente, aquele que a recebe.
A transformação para a voz passiva, no entanto, não é um mero rearranjo de palavras. Envolve alterações sintáticas e semânticas que refletem essa mudança de foco. Ela exige, fundamentalmente, um verbo transitivo (que precisa de um complemento para ter sentido completo), podendo ser direto (apenas objeto direto), indireto (apenas objeto indireto) ou direto e indireto (possuindo ambos os complementos). Vejamos exemplos:
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Voz Ativa (Transitivo Direto): A cozinheira preparou o bolo. (Sujeito: A cozinheira; Objeto Direto: o bolo; Verbo: preparou)
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Voz Passiva (Transitivo Direto): O bolo foi preparado pela cozinheira. (Sujeito: O bolo; Agente da Passiva: pela cozinheira; Verbo: foi preparado)
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Voz Ativa (Transitivo Direto e Indireto): O professor ensinou a matéria aos alunos. (Sujeito: O professor; Objeto Direto: a matéria; Objeto Indireto: aos alunos; Verbo: ensinou)
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Voz Passiva (Transitivo Direto e Indireto): A matéria foi ensinada aos alunos pelo professor. (Sujeito: A matéria; Objeto Indireto: aos alunos; Agente da Passiva: pelo professor; Verbo: foi ensinada)
Observe que na voz passiva, o verbo auxiliar “ser” (ou “estar”, em alguns casos) se conjuga no tempo e modo do verbo principal, que aparece na forma do particípio passado. O agente da passiva (quem realiza a ação) é opcional e introduzido por “por” ou “de”. Às vezes, ele é omitido, resultando numa voz passiva sintética ou pronominal, como em “Construiu-se uma nova escola.”
Em resumo, a voz passiva não é apenas uma questão de gramática formal, mas uma ferramenta estilística que permite ao escritor controlar o foco da narrativa. Ao privilegiar o paciente da ação, ela pode criar efeitos retóricos distintos, direcionando a atenção para o resultado da ação em detrimento do agente. Compreender sua estrutura e suas implicações é essencial para uma leitura e escrita mais eficazes e precisas.
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