O que é variedade da linguagem?

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A língua se manifesta de diversas maneiras, adaptando-se a contextos e grupos sociais. Essa variedade, ou variação linguística, abrange diferenças geográficas, históricas, sociais e situacionais, refletindo a riqueza e a dinâmica da comunicação humana. Cada variação é legítima e contribui para a complexidade da linguagem.

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A Riqueza da Diferença: Desvendando a Variedade da Linguagem

A língua portuguesa, como qualquer outra língua viva, não é um monólito. Ela se apresenta em uma multiplicidade de formas, adaptando-se e evoluindo constantemente em função de diversos fatores. Essa diversidade, conhecida como variedade linguística, é a prova da riqueza e da vitalidade da comunicação humana. Não se trata de certo ou errado, mas de diferentes modos de falar e escrever, cada qual apropriado a seu contexto.

Entender a variedade linguística é crucial para superar preconceitos e valorizar a pluralidade cultural. Afinal, a língua não é estática; ela se movimenta, se transforma e se adapta às necessidades dos seus falantes. A variação se manifesta em diferentes níveis, podendo ser classificada de acordo com diversos critérios:

1. Variação geográfica (ou diatópica): Refere-se às diferenças de linguagem entre regiões geográficas. O português do Brasil, por exemplo, difere significativamente do português de Portugal, apresentando variações lexicais (vocabulário), fonéticas (pronúncia) e gramaticais. Dentro do próprio Brasil, encontramos inúmeras variações regionais, como o falar carioca, o gaúcho, o nordestino, cada um com suas peculiaridades e expressões próprias.

2. Variação histórica (ou diacrônica): A língua muda ao longo do tempo. O português que se falava no século XVI é bastante diferente do português atual. Analisar essa evolução histórica permite compreender as transformações sofridas pela língua e a origem de algumas de suas características atuais. Expressões arcaicas, por exemplo, são vestígios dessa variação histórica.

3. Variação social (ou diastrática): Relaciona-se às diferenças de linguagem entre grupos sociais distintos. Fatores como classe social, nível de escolaridade, idade e profissão influenciam significativamente a maneira como as pessoas se expressam. O uso de gírias, jargões profissionais e variações no nível de formalidade são exemplos dessa variação. É importante notar que o uso de uma variedade social específica não implica em superioridade ou inferioridade linguística.

4. Variação situacional (ou diafásica): Considera o contexto comunicativo em que a língua é utilizada. A forma de falar com amigos em uma situação informal difere da utilizada em uma apresentação formal em um ambiente acadêmico. A escolha do registro (formal ou informal), do tom de voz e do vocabulário varia de acordo com a situação comunicativa.

É importante ressaltar que essas variações não são estanques; elas se inter-relacionam e se sobrepõem. Um mesmo indivíduo pode utilizar diferentes variedades da língua dependendo da situação, do interlocutor e do contexto. A capacidade de alternar entre diferentes variedades é sinal de competência linguística e não de incorreção.

Em suma, a variedade linguística não é um problema, mas uma riqueza. Aprender a reconhecer e a respeitar as diferentes formas de expressão linguística é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa, que valorize a pluralidade cultural e a diversidade comunicativa inerente à dinâmica da língua portuguesa. Compreender a variedade linguística é, portanto, fundamental para uma comunicação eficaz e respeitosa.