O que falar sobre o texto narrativo?

Texto narrativo… Contar histórias, né? É tão mais do que só juntar palavras. É quase como respirar, tipo, inerente ao ser humano. Quem nunca se pegou narrando o dia pra alguém, recheando com detalhes, exageros, às vezes até inventando um pouquinho – quem nunca?! Afinal, a vida, crua e sem tempero, não tem a mesma graça.

Lembro da minha avó, sentada na cadeira de balanço, contando causos da infância dela. Parecia que eu estava lá, vendo tudo acontecer: o rio, as árvores, os bichos… Aquilo não era só uma história, era um portal. Me transportava. E é isso que um bom texto narrativo faz, te puxa pra dentro.

Tempo e espaço definidos? Sim, claro. A história precisa de um palco, um cenário. Mas quem dita o ritmo, quem dá a cor, é a narrativa. O narrador, esse maestro invisível, conduzindo a orquestra de personagens e acontecimentos. E os fatos, ah, os fatos… Eles precisam se encaixar, como peças de um quebra-cabeça. Um levando ao outro, numa dança quase hipnótica.

E os personagens? Essas criaturas de tinta e papel, tão reais quanto qualquer pessoa que a gente conhece. Com seus medos, seus sonhos, suas manias… Acho que a gente só se importa com uma história se se importa com quem a vive, né? Tipo, quem se interessa por um robô sem emoção? Ninguém! Precisa ter alma, sabe? Aquele toque humano, aquela faísca que faz a gente vibrar, torcer, chorar.

Teve uma vez que eu escrevi uma história sobre um passarinho que perdeu o ninho. Sei lá, talvez tenha lido em algum lugar que, estatisticamente, muitos passarinhos perdem seus ninhos, não sei… Mas o que importa é que eu botei tanto sentimento naquela história, tanta emoção… Chorei escrevendo. E quem leu também chorou. É… a mágica da narrativa. Transformar palavras em sentimentos, experiências em aprendizados, vidas em… histórias.