O que são formas nominais do verbo e exemplos?

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Formas Nominais do Verbo As formas nominais do verbo são aquelas que não indicam tempo ou modo, mas que possuem características de substantivos, adjetivos ou advérbios. Exemplos: Infinitivo: nadar, brincar Gerúndio: nadando, brincando Particípio: nadado, brincado
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Desvendando as Formas Nominais do Verbo: Substantivos, Adjetivos e Advérbios Disfarçados

Em português, os verbos são a espinha dorsal da comunicação, expressando ações, estados ou fenômenos. No entanto, a versatilidade da nossa língua permite que os verbos se transformem, assumindo novas identidades sem perder sua essência. É nesse contexto que entram as chamadas formas nominais do verbo: o infinitivo, o gerúndio e o particípio.

Ao contrário das formas verbais conjugadas, que se curvam às exigências do tempo e do modo, as formas nominais se libertam dessas amarras, adquirindo funções semelhantes às de substantivos, adjetivos ou advérbios dentro da oração. Essa capacidade de metamorfose confere à língua portuguesa uma riqueza expressiva singular.

1. O Infinitivo: O Verbo em Estado Bruto

O infinitivo é a forma mais básica do verbo, a sua representação crua, sem conjugação. É facilmente identificável por terminar em -ar, -er ou -ir (e -or no caso do verbo pôr). Sua principal característica é funcionar como um substantivo. Observe os exemplos:

  • Nadar é um excelente exercício para o corpo todo. (Neste caso, nadar funciona como o sujeito da oração).
  • Tenho vontade de viajar pelo mundo. (Aqui, viajar é o complemento nominal de vontade).
  • É preciso estudar para passar no exame. (Neste exemplo, estudar é o sujeito oracional).

Perceba que o infinitivo pode ser precedido de um artigo, reforçando sua função substantiva. Além disso, o infinitivo pode aparecer em locuções verbais, como em vou estudar, onde ele complementa o verbo auxiliar vou.

2. O Gerúndio: A Ação em Progresso

O gerúndio expressa uma ação em curso, em pleno desenvolvimento. Sua forma é caracterizada pela terminação -ndo. Ele assume, predominantemente, a função de advérbio, modificando o verbo principal da oração. Vejamos:

  • Estava correndo quando tropecei. (O gerúndio correndo indica a ação que estava acontecendo no momento em que o sujeito tropeçou, funcionando como um advérbio de modo).
  • Chovendo, preferimos ficar em casa. (Aqui, chovendo indica a circunstância que motivou a decisão de ficar em casa, funcionando como um advérbio de causa).
  • Ele foi cantando pela rua. (Neste caso, cantando indica o modo como ele se deslocava pela rua, funcionando como um advérbio de modo).

É importante ressaltar que o uso excessivo do gerúndio pode tornar a frase redundante ou ambígua, gerando o chamado gerundismo. Evite expressões como vou estar enviando e opte por construções mais concisas e claras.

3. O Particípio: A Ação Concluída (ou Não)

O particípio expressa uma ação concluída, que já ocorreu. Suas formas regulares terminam em -ado ou -ido. No entanto, existem diversas formas irregulares, como feito, aberto, visto, entre outras. O particípio pode funcionar como um adjetivo ou integrar tempos compostos.

  • O livro escrito por ele é fascinante. (Aqui, escrito qualifica o substantivo livro, funcionando como um adjetivo).
  • As cartas foram entregues ontem. (Neste caso, entregues qualifica o substantivo cartas, funcionando como um adjetivo).
  • Ele tinha terminado a lição. (Aqui, terminado integra o tempo composto tinha terminado).

O particípio também pode ser usado para formar a voz passiva, como em O bolo foi comido pelas crianças.

Em suma, as formas nominais do verbo são ferramentas poderosas que enriquecem a língua portuguesa, permitindo expressar nuances e variações de sentido. Ao compreender suas funções e características, o falante se torna mais apto a utilizar a língua de forma precisa e expressiva.