O que significa a norma-padrão da língua?

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A norma-padrão é uma forma idealizada da língua, descrita em gramáticas e usada como modelo para a comunicação formal. Serve como referência para a uniformização, embora na prática, a língua seja diversa, como aponta Faraco (2007).

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A Norma-Padrão: Um Ideal de Uniformidade em Meio à Diversidade Linguística

A língua portuguesa, em sua rica e complexa manifestação, apresenta-se como um organismo vivo, em constante evolução e permeado por inúmeras variedades. Dentre essas variedades, destaca-se a norma-padrão, um conceito fundamental para compreendermos a nossa língua e suas diferentes formas de uso. Mas o que significa, de fato, a norma-padrão?

A norma-padrão é uma forma idealizada da língua, descrita em gramáticas e adotada como modelo para a comunicação formal. Ela estabelece um conjunto de regras gramaticais, vocabulário e pronúncia considerados “corretos” e utilizados em situações de comunicação mais formais, como em textos acadêmicos, documentos oficiais, discursos públicos e correspondências formais. É essa padronização que permite a compreensão uniforme de mensagens, facilitando a comunicação entre falantes de diferentes regiões e contextos sociais.

É importante destacar que a norma-padrão não representa a única forma válida de uso da língua. Em contraste, ela surge de um processo histórico de seleção de elementos linguísticos dentre as diversas variedades existentes, muitas vezes associada a grupos sociais de prestígio e poder. Isso faz dela um instrumento social e cultural, refletindo as relações de poder presentes em uma sociedade. Como aponta Faraco (2007), a língua em sua prática diária é muito mais rica e diversa que o modelo proposto pela norma-padrão.

A norma-padrão, portanto, não busca suprimir as outras variedades linguísticas, mas sim fornecer um modelo de referência para a comunicação formal. Ela representa um conjunto de regras que, quando seguidas, garantem a clareza e a precisão na transmissão de informações. Embora seja fundamental para a compreensão uniforme e formal, ela não deve ser vista como um padrão absoluto ou como a única forma de expressão legítima.

A variedade linguística é um patrimônio cultural, refletindo as experiências, histórias e identidades de diferentes grupos sociais. A norma-padrão, por sua vez, é uma ferramenta valiosa para a comunicação formal, mas nunca deve ser considerada a única possibilidade de expressão, nem superior às outras variedades. Um bom domínio da norma-padrão permite a flexibilidade de escolha na adaptação de estilo ao contexto comunicativo, permitindo a plena utilização das várias possibilidades da língua portuguesa.

Em suma, a norma-padrão é um ideal de uniformidade, um conjunto de regras que facilita a comunicação formal. Ela deve ser compreendida não como um padrão imutável, mas sim como um instrumento útil para a comunicação, que não anula a diversidade e a riqueza presentes nas inúmeras variedades da língua portuguesa.