Por que estou escrevendo muito errado?

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A escrita incorreta pode ter diversas causas interligadas. Problemas emocionais, como ansiedade e pressa, e cognitivos, incluindo falta de atenção e dificuldades de processamento visual, influenciam significativamente. Além disso, deficiências na aprendizagem e no desenvolvimento da escrita também contribuem para esse desafio.

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Por que estou escrevendo tanto errado? Uma análise multifacetada das dificuldades ortográficas

Escrever corretamente pode parecer simples, mas a realidade é que diversas variáveis, muitas vezes interconectadas, podem influenciar a qualidade da nossa escrita. Não se trata apenas de “falta de estudo” ou “desleixo”, mas sim de um problema que pode ter raízes complexas, exigindo uma análise mais aprofundada para sua superação.

Este artigo explora as múltiplas razões pelas quais alguém pode estar escrevendo incorretamente, indo além da superficialidade e mergulhando nas causas emocionais, cognitivas e de desenvolvimento que podem estar por trás desse desafio.

1. O Impacto da Emoção na Escrita:

A ansiedade, a pressa e o estresse podem ser grandes sabotadores da escrita. Sob pressão, a atenção se fragmenta, dificultando a concentração nos detalhes ortográficos e gramaticais. A preocupação com a conclusão da tarefa, por exemplo, pode sobrepor-se à preocupação com a precisão da escrita, levando a erros que, em situações mais calmas, seriam facilmente evitados. A pressa, em particular, impacta diretamente na capacidade de revisão e correção do texto.

2. Fatores Cognitivos e Processamento da Informação:

Problemas de atenção, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), podem dificultar a concentração na tarefa de escrita, levando a erros de digitação, omissão de letras ou palavras e problemas de organização textual. Dificuldades no processamento visual, por sua vez, podem interferir na percepção correta das palavras, prejudicando a escrita e a leitura. A capacidade de decodificar e processar informações linguísticas de forma rápida e eficiente também é fundamental; dificuldades nesse processo podem resultar em escrita incorreta.

3. Déficits de Aprendizagem e Desenvolvimento:

Dislexia, disortografia e outros transtornos de aprendizagem afetam diretamente a capacidade de ler e escrever. A dislexia, por exemplo, interfere no reconhecimento das letras e na sua correta sequenciação, enquanto a disortografia se caracteriza por dificuldades específicas na escrita, mesmo com boa capacidade de leitura. A falta de estímulos adequados na infância, ou um desenvolvimento da escrita deficiente, também podem resultar em problemas ortográficos que persistem na idade adulta.

4. Falta de Prática e Feedback:

A prática regular da escrita é fundamental para o aprimoramento da ortografia. A falta de oportunidades para escrever, aliada à ausência de feedback construtivo, impede a identificação e correção dos erros, perpetuando os problemas. A leitura também desempenha um papel crucial, pois amplia o vocabulário e familiariza o leitor com a correta ortografia das palavras.

5. O Papel da Tecnologia:

Embora a tecnologia facilite a escrita, ela também pode contribuir para erros ortográficos. O uso excessivo de ferramentas de correção automática pode criar uma dependência prejudicial, que impede o desenvolvimento da habilidade de escrita autônoma e a internalização das regras ortográficas.

Conclusão:

Escrever incorretamente não é, necessariamente, sinal de falta de inteligência ou preguiça. A complexidade das causas exige uma abordagem individualizada, que leve em consideração os fatores emocionais, cognitivos e de desenvolvimento envolvidos. Buscar ajuda profissional, como fonoaudiólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos, pode ser fundamental para a identificação da causa raiz e para o desenvolvimento de estratégias eficazes de intervenção. A prática consistente, a leitura atenta e o feedback construtivo também são aliados importantes nesse processo de aprimoramento da escrita.