Quais são as causas da DISORtOGrAFIA?

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Diversos estudos (81-83) indicam que a disortografia pode ser causada por dificuldades na percepção visual, auditiva e espaço-temporal, impactando a memória. Problemas linguísticos, como dificuldades na articulação e vocabulário limitado, também contribuem. Adicionalmente, fatores emocionais e afetivos podem influenciar o desenvolvimento da escrita, manifestando-se como disortografia.

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Desvendando as Causas da Disortografia: Além da Visão, Audição e Espaço-Tempo

A disortografia, transtorno específico da escrita que afeta a habilidade de grafar corretamente as palavras, é um desafio para muitas pessoas, impactando sua comunicação escrita e, consequentemente, seu desenvolvimento acadêmico e social. Embora frequentemente associada a dificuldades na percepção visual, auditiva e espaço-temporal, suas causas são multifacetadas e vão além desses aspectos, demandando uma compreensão mais abrangente para um diagnóstico e intervenção adequados.

É verdade que problemas na percepção visual podem dificultar a discriminação de letras semelhantes (como “b” e “d”, “p” e “q”), enquanto dificuldades auditivas podem comprometer a associação correta entre fonemas e grafemas, dificultando a transcrição dos sons da fala para a escrita. A percepção espaço-temporal, por sua vez, influencia a organização da escrita no papel, a manutenção das margens e o espaçamento adequado entre letras e palavras. No entanto, esses fatores, embora relevantes, não contam toda a história.

Um aspecto crucial, muitas vezes negligenciado, reside nas habilidades metalinguísticas. A capacidade de refletir sobre a própria linguagem, analisar seus componentes e manipulá-los conscientemente é fundamental para a escrita correta. Dificuldades na consciência fonológica, por exemplo, comprometem a habilidade de segmentar palavras em sons, identificar rimas e manipular sílabas, impactando diretamente a ortografia. Além disso, um vocabulário limitado restringe as opções de palavras conhecidas, levando a erros ortográficos por falta de familiaridade com a grafia correta.

Para além das questões perceptivas e linguísticas, os aspectos emocionais e afetivos também desempenham um papel significativo no desenvolvimento da disortografia. A ansiedade, a baixa autoestima e o medo de errar podem criar um bloqueio emocional que dificulta a concentração e o aprendizado, agravando as dificuldades ortográficas. Crianças que vivenciam experiências negativas relacionadas à escrita podem desenvolver aversão à atividade, o que dificulta ainda mais o desenvolvimento da habilidade.

Finalmente, vale ressaltar a importância de considerar a interação entre esses diferentes fatores. Dificuldades na percepção visual podem, por exemplo, gerar frustração e ansiedade, impactando o desempenho da criança e criando um ciclo vicioso. Portanto, uma avaliação completa da disortografia deve considerar não apenas os aspectos isolados, mas também a complexa interação entre eles, buscando identificar as causas subjacentes e direcionar as intervenções de forma individualizada e eficaz. Assim, ao olharmos para a disortografia de forma holística, ampliamos as possibilidades de auxiliar aqueles que enfrentam esse desafio a desenvolver suas habilidades de escrita e alcançar seu pleno potencial.

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