Por que o verbo pôr é de segunda conjugação?

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A classificação do verbo pôr na segunda conjugação se deve à sua origem etimológica. No passado, sua forma era poer, revelando a vogal temática e característica dessa conjugação. A acentuação, com circunflexo em ô, é uma regra ortográfica para diferenciar pôr de por.

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O “Pôr” da Discórdia: Por Que Ele é de Segunda Conjugação?

Em português, a conjugação de um verbo pode ser um bicho de sete cabeças, e o verbo “pôr” parece ter prazer em atiçar essa confusão. Afinal, com um infinitivo terminado em “-or”, a lógica não nos levaria diretamente à segunda conjugação? O mistério, porém, se desvenda ao investigarmos a história da palavra.

A chave para solucionar esse enigma gramatical reside na etimologia, ou seja, na origem da palavra. No português arcaico, o verbo “pôr” era grafado como “poer”. Observem a terminação “-er”, característica inconfundível dos verbos da segunda conjugação, como “comer” e “beber”.

Com o tempo, a forma “poer” sofreu uma evolução fonética, transformando-se em “pôr”. Essa mudança, porém, não alterou sua classificação original. É como se o verbo carregasse em si a marca da sua linhagem, um registro fossilizado da sua verdadeira natureza de segunda conjugação.

E o acento circunflexo? Esse foi um artifício adotado pela ortografia para diferenciar o verbo “pôr” (colocar) da preposição “por” (indica causa, motivo).

Portanto, a próxima vez que se deparar com o verbo “pôr” e questionar sua pertinência à segunda conjugação, lembre-se: por trás da aparente rebeldia gramatical, existe uma história etimológica que justifica sua posição. O “pôr” pode até ter encurtado seu caminho ortográfico ao longo dos séculos, mas jamais renegou suas raízes na segunda conjugação.