Porque alguns surdos não falam?
A surdez não implica, necessariamente, em mudez. A grande maioria dos surdos possui cordas vocais intactas. A ausência de fala em alguns surdos se deve, frequentemente, à falta de aprendizado da linguagem oral, enquanto outros, os oralizados, desenvolvem a fala por meio de terapia fonoaudiológica.
Por que alguns surdos não falam? Desvendando o mito da mudez associada à surdez
A surdez, frequentemente, é erroneamente associada à mudez. Essa percepção equivocada cria um estigma e dificulta a compreensão da realidade das pessoas surdas. A verdade é que a grande maioria dos surdos possui aparelho fonador perfeitamente funcional. Suas cordas vocais estão intactas e, fisiologicamente, têm a capacidade de produzir sons e articular palavras. Então, por que alguns surdos não falam?
A resposta reside, principalmente, na falta de acesso à língua oral desde a tenra idade. A audição é fundamental para a aquisição natural da fala. As crianças ouvintes aprendem a falar imitando os sons que escutam ao seu redor. Para as crianças surdas, esse processo natural é interrompido pela ausência ou deficiência auditiva. Sem o input sonoro, a aprendizagem da fala se torna um desafio que requer intervenção especializada e constante.
Imagine aprender um idioma sem nunca ter ouvido seus sons. É como tentar decifrar um código complexo sem possuir a chave. Para os surdos, aprender a falar exige um esforço considerável, envolvendo terapia fonoaudiológica intensiva, leitura labial, treino da articulação e muita dedicação. Esse processo, muitas vezes, inicia-se tardiamente, o que dificulta ainda mais o desenvolvimento da fala fluente.
É importante ressaltar que a língua de sinais é a língua natural dos surdos. Ela possui estrutura gramatical própria e permite a plena comunicação e desenvolvimento cognitivo. Aprender Libras não impede o aprendizado da língua oral, pelo contrário, pode até facilitar o processo, pois oferece uma base linguística sólida. A escolha de oralizar-se ou não é individual e deve ser respeitada. Alguns surdos optam por se comunicar exclusivamente por Libras, enquanto outros preferem a comunicação bimodal, utilizando ambas as línguas. Há ainda os surdos oralizados, que desenvolveram a fala com sucesso e a utilizam como principal forma de comunicação.
Portanto, a ausência de fala em alguns surdos não está relacionada à incapacidade física, mas sim à falta de acesso à língua oral desde cedo e à escolha individual de comunicação. Desmistificar essa associação errônea entre surdez e mudez é essencial para promover a inclusão e o respeito à diversidade linguística. A comunicação é um direito humano fundamental, e cada indivíduo deve ter a liberdade de escolher a forma que melhor lhe convier. Compreender essa realidade é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.
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