Quais são as funções de linguagem que existem?

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As funções da linguagem são seis: referencial, emotiva, poética, fática, conativa e metalinguística. Elas se relacionam com os elementos da comunicação: emissor, receptor, mensagem, referência, canal e código.

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Desvendando os Segredos da Comunicação: Um Mergulho nas Funções da Linguagem

A comunicação, essa teia complexa que nos conecta uns aos outros, é muito mais do que simplesmente trocar palavras. Por trás de cada mensagem transmitida, reside uma intenção, um propósito que colore a forma como nos expressamos. É nesse contexto que entram as funções da linguagem, verdadeiros faróis que guiam a interpretação e o impacto da comunicação.

As funções da linguagem são como “faces” da própria linguagem, cada uma focada em um elemento específico da comunicação. Definidas pelo linguista Roman Jakobson, elas nos ajudam a entender o que o emissor (quem fala ou escreve) realmente quer alcançar ao se comunicar. Longe de serem regras rígidas, elas se manifestam em diferentes graus e combinações, enriquecendo a nossa capacidade de interpretar e produzir textos.

Vamos explorar cada uma dessas funções, mergulhando em exemplos e nuances que revelam sua importância no nosso dia a dia:

1. Função Referencial (ou Denotativa): O Foco na Informação

Imagine um livro didático ou um artigo científico. A função predominante nesses casos é a referencial, que se concentra em transmitir informações de forma objetiva e clara. O emissor busca simplesmente informar, sem expressar suas opiniões ou emoções. A linguagem é direta, denotativa e busca a precisão.

  • Exemplo: “A capital do Brasil é Brasília.” (A informação é o foco principal)

2. Função Emotiva (ou Expressiva): A Emoção em Primeiro Plano

Essa função coloca o emissor no centro da comunicação. Através dela, expressamos nossos sentimentos, emoções, opiniões e estados de espírito. A linguagem é subjetiva, marcada por exclamações, interjeições e uso da primeira pessoa.

  • Exemplo: “Que dia maravilhoso! Estou radiante de felicidade!” (O sentimento de felicidade é o que se destaca)

3. Função Poética: A Beleza da Forma

A função poética não se restringe à poesia. Ela se manifesta sempre que a forma da mensagem ganha importância, quando a beleza, o ritmo, a sonoridade e a criatividade são valorizados. O foco está na própria mensagem e na maneira como ela é construída.

  • Exemplo: “O sol beija a flor, pintando o jardim de ouro.” (A beleza da linguagem e a sonoridade das palavras são evidentes)

4. Função Fática (ou de Contato): Abrindo e Mantendo o Canal

Sabe aquele “Alô?” ao telefone ou o “Tudo bem?” no início de uma conversa? Essas são expressões típicas da função fática. Ela se concentra em estabelecer, manter ou interromper a comunicação, verificando se o canal está aberto e funcionando.

  • Exemplo: “Entendeu?” (O objetivo é verificar se a mensagem foi recebida e compreendida)

5. Função Conativa (ou Apelativa): Influenciando o Receptor

Essa função busca influenciar o comportamento do receptor, persuadindo-o a fazer algo, mudar de opinião ou adotar um ponto de vista. É muito comum em propagandas, discursos políticos e ordens. A linguagem é persuasiva e usa imperativos.

  • Exemplo: “Compre agora! A promoção é por tempo limitado!” (O objetivo é persuadir o receptor a comprar o produto)

6. Função Metalinguística: A Linguagem Falando da Linguagem

Essa é uma função curiosa, onde a linguagem se volta para si mesma. Ela usa a linguagem para explicar a própria linguagem, como em um dicionário que define palavras ou um texto que analisa a gramática.

  • Exemplo: “O verbo ‘amar’ é um verbo transitivo direto.” (A linguagem está sendo usada para explicar outro aspecto da linguagem)

Em Resumo:

As funções da linguagem são ferramentas poderosas que nos ajudam a compreender e aprimorar a nossa comunicação. Ao reconhecer a intenção por trás das palavras, podemos interpretar as mensagens com mais precisão e nos expressar de forma mais eficaz. Longe de serem compartimentos estanques, as funções da linguagem se interpenetram e se complementam, enriquecendo a complexidade da comunicação humana.

Ao dominá-las, nos tornamos comunicadores mais conscientes e eficazes, capazes de construir conexões mais significativas com o mundo ao nosso redor.