Quais são os erros mais comuns na língua portuguesa?

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Entre os erros frequentes estão a grafia incorreta de a gente como agente, a regência verbal equivocada em assistir, o uso inadequado de ter no sentido de existir, o emprego de pronomes pessoais como objetos diretos, o uso indevido de crase antes de verbos e a grafia incorreta de beneficente como beneficiente.

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Desvendando os Erros Mais Comuns da Língua Portuguesa: Além do Básico

A língua portuguesa, rica em nuances e peculiaridades, apresenta diversos desafios mesmo para falantes nativos. Enquanto a gramática normativa define regras, a linguagem informal e a influência de outras línguas geram desvios que, com o tempo, se tornam comuns. Este artigo explora alguns erros frequentes, indo além da lista básica muitas vezes encontrada na internet, e analisando suas causas e implicações.

Para além do óbvio: uma análise mais profunda dos desvios

Sim, erros como a confusão entre “a gente” e “agente”, a regência inadequada de verbos como “assistir” (assistir a algo, e não algo), e o uso incorreto de “ter” no lugar de “existir” (Ex: “Tem muitos carros aqui” – incorreto; “Existem muitos carros aqui” – correto) são, de fato, muito comuns. Mas, para ir além do superficial, vamos explorar outros desvios menos óbvios, porém igualmente relevantes:

  • Concordância Verbal com Coletivos Particionados: A concordância verbal com coletivos (grupo, equipe, turma) pode ser um campo minado. Se o coletivo for usado de forma genérica, o verbo fica no singular. Porém, se os elementos do coletivo são individualizados na frase, o verbo deve concordar com o número de elementos. Ex: “A equipe venceu o campeonato” (singular, equipe como unidade); “A equipe de jogadores mostraram sua garra” (plural, jogadores individualizados).

  • Uso inadequado de “mesmo” e “próprio”: A utilização de “mesmo” e “próprio” como reforço de pronomes ou adjetivos nem sempre é correta. Muitas vezes, o uso é redundante ou incorreto. Ex: “Eu mesmo fiz o bolo” (correto, “mesmo” enfatiza o sujeito); “Eu fiz o próprio bolo” (redundante, “próprio” já implica posse). A diferença sutil entre as duas palavras requer atenção.

  • Confusão entre “por que”, “porque”, “porquê” e “por quê”: Essa é uma armadilha clássica! “Por que” (separado) funciona como pronome interrogativo ou como conjunção causal (“Por que você fez isso?”); “Porque” (junto) é conjunção explicativa (“Fiz isso porque queria”); “Porquê” (junto e com acento) é substantivo (“Não entendi o porquê de sua decisão”); e “Por quê” (separado e com acento) é usado no final de frases interrogativas (“Você fez isso por quê?”).

  • Emprego incorreto da vírgula em orações subordinadas: A vírgula tem poder de modificar o sentido de uma frase. Utilizá-la inadequadamente em orações subordinadas adverbiais, principalmente, pode causar ambiguidade ou erros gramaticais. A regra geral é colocar vírgula antes da oração subordinada adverbial, principalmente se ela vier antes da oração principal.

  • Pleonasmo vicioso: Repetição desnecessária de ideias, muitas vezes camuflada em expressões idiomáticas, que tornam a frase redundante e prejudicam a clareza. Ex: “Subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro”.

Conclusão:

Dominar a língua portuguesa exige prática e atenção aos detalhes. A memorização de regras é importante, mas a compreensão da lógica gramatical e o desenvolvimento da capacidade de autocorreção são fundamentais para uma escrita e fala mais eficazes. A busca constante pelo aprimoramento linguístico, com a leitura e a observação atenta da linguagem utilizada em diferentes contextos, contribui para minimizar esses erros comuns e alcançar uma comunicação mais precisa e elegante.