Qual a regência do verbo fazer?
O verbo fazer apresenta regências variadas. Pode ser transitivo direto com predicativo do objeto direto (Ele faz a comida deliciosa), transitivo indireto (Faz mal à saúde), intransitivo (O tempo faz frio) ou pronominal (Ele se faz de vítima). Ainda, atua como verbo de ligação (Ela se faz bonita).
A Versátil Regência do Verbo “Fazer”: Um Estudo de Casos
O verbo “fazer”, em sua aparente simplicidade, apresenta uma riqueza de regência que o torna um desafio para muitos estudantes de português. Sua flexibilidade sintática permite que ele se encaixe em diversas estruturas frasais, desempenhando diferentes papéis semânticos. Não se trata apenas de memorizar regências, mas de compreender como o contexto influencia a relação entre o verbo e seus complementos. Este artigo visa elucidar as nuances da regência de “fazer” por meio de exemplos concretos e análises detalhadas.
1. Fazer como Transitivo Direto:
Nesta construção, “fazer” indica a criação, produção ou realização de algo. O objeto direto, que recebe a ação verbal diretamente, não exige preposição. Observe:
- Ele faz bolos deliciosos. (Bolos é o objeto direto)
- A costureira faz vestidos sob medida. (Vestidos é o objeto direto)
- Os alunos fizeram a prova com calma. (A prova é o objeto direto)
Observação: É frequente o uso de um predicativo do objeto direto, como nos exemplos acima (“deliciosos”, “sob medida”, “com calma”), que acrescenta uma característica ao objeto.
2. Fazer como Transitivo Indireto:
Quando “fazer” expressa uma ação que afeta alguém ou algo de forma indireta, ele exige uma preposição. A preposição mais comum é “a”, mas outras podem ocorrer dependendo do contexto.
- Faz mal à saúde fumar. (Mal é o objeto indireto, regido pela preposição “a”)
- Isso faz bem ao espírito. (Bem é o objeto indireto, regido pela preposição “a”)
- Faz anos que não o vejo. (Anos é o objeto indireto, regido pela preposição implícita “a”)
3. Fazer como Intransitivo:
Em sua forma intransitiva, “fazer” não apresenta complemento verbal direto ou indireto. Ele indica a ocorrência de um fenômeno natural ou uma indicação de tempo.
- Faz frio hoje. (Não há complemento verbal)
- Faz calor na praia. (Não há complemento verbal)
- Faz um ano que ela se mudou. (Apesar da expressão temporal, “um ano” não é complemento de “fazer”, mas sim adjunto adverbial de tempo)
4. Fazer como Verbo Pronominal (Reflexivo):
O verbo “fazer-se” indica uma transformação ou uma ação que recai sobre o sujeito.
- Ela se faz de vítima. (A ação de se fazer de vítima recai sobre ela)
- Ele se fez rico com trabalho árduo. (Ele sofreu uma transformação, tornando-se rico)
5. Fazer como Verbo de Ligação:
Em construções menos comuns, “fazer-se” pode funcionar como verbo de ligação, ligando o sujeito a um predicativo, indicando uma característica ou estado.
- Ela se faz bonita para ele. (Bonita é o predicativo do sujeito)
- O tempo se fez ameno à tarde. (Ameno é o predicativo do sujeito)
Conclusão:
A regência do verbo “fazer” é complexa e depende fortemente do contexto. A análise cuidadosa da frase, levando em conta o sentido pretendido e a presença ou ausência de preposições e complementos, é fundamental para determinar a sua correta regência. A memorização de regras isoladas é insuficiente; a compreensão da função sintática do verbo em cada caso é o caminho mais eficaz para o domínio dessa importante ferramenta da língua portuguesa.
#Gramática#Regência Verbal#Verbo FazerFeedback sobre a resposta:
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