Qual é a estrutura do texto expositivo-argumentativo?

A Arquitetura da Persuasão: Desvendando a Estrutura do Texto Expositivo-Argumentativo

O texto expositivo-argumentativo, como o próprio nome sugere, não se limita a expor informações; ele argumenta, buscando convencer o leitor a adotar um determinado ponto de vista. A sua força reside na habilidade de articular informações objetivas com uma argumentação sólida e persuasiva, construindo uma estrutura lógica e coerente que leva o leitor a aceitar a tese proposta. Mas como essa arquitetura da persuasão se estrutura, na prática?

Ao contrário de um texto puramente expositivo, que se limita a apresentar fatos e dados, o texto expositivo-argumentativo possui uma estrutura mais elaborada, que pode ser decomposta em etapas interdependentes, embora sua ordem e ênfase possam variar de acordo com o estilo do autor e a complexidade do tema. Podemos identificar, de forma geral, as seguintes partes:

1. Introdução: A Apresentação da Tese: A introdução funciona como o alicerce da construção argumentativa. Nela, o autor apresenta a tese, ou seja, a ideia central que será defendida ao longo do texto. É crucial que a tese seja clara, concisa e objetiva, funcionando como uma espécie de “enunciado do problema” que o texto se propõe a solucionar. A introdução pode incluir também uma breve contextualização do tema, despertando o interesse do leitor e preparando-o para a argumentação que se seguirá. Uma boa introdução instiga a curiosidade e estabelece um contrato de leitura, definindo o propósito e o escopo do texto.

2. Desenvolvimento: A Construção da Argumentação: Esta é a parte mais extensa e crucial do texto. Aqui, o autor desenvolve a sua argumentação, apresentando argumentos que sustentam a tese. Cada argumento precisa ser fundamentado em evidências, que podem ser dados estatísticos, exemplos concretos, citações de autoridades no assunto, referências a pesquisas científicas, entre outros. A escolha das evidências é fundamental para a credibilidade do texto e sua capacidade de persuasão. É comum utilizar-se de diferentes tipos de argumentos (por exemplo, argumento de autoridade, argumento por analogia, argumento de causa e efeito) para fortalecer a defesa da tese. A organização lógica dos argumentos, geralmente seguindo uma ordem crescente de importância ou de complexidade, contribui para a clareza e eficácia da argumentação.

3. Conclusão: A Reforço da Tese e Perspectiva Final: A conclusão sintetiza os argumentos apresentados e reforça a tese, mostrando como as evidências apresentadas sustentam a ideia central. É uma oportunidade de reafirmar a posição do autor de forma contundente e memorável. A conclusão pode incluir também uma breve reflexão sobre as implicações da tese, abrindo perspectivas para novas discussões ou propondo ações futuras. Evitar a introdução de novas informações na conclusão é importante para manter a coesão textual.

A Importância da Coerência e Coesão: Independentemente da estrutura específica, a coerência e a coesão são elementos fundamentais para a eficácia do texto expositivo-argumentativo. A coerência garante a unidade de sentido do texto, assegurando que todas as partes estejam conectadas logicamente e contribuam para a defesa da tese. A coesão refere-se aos mecanismos linguísticos (conjunções, pronomes, advérbios, etc.) utilizados para estabelecer relações entre as diferentes partes do texto, criando uma sequência fluida e fácil de compreender.

Em resumo, o texto expositivo-argumentativo é uma construção elaborada que exige planejamento e precisão. A habilidade de articular informações objetivas com uma argumentação lógica e persuasiva, utilizando evidências robustas e garantindo a coerência e coesão do texto, define a sua eficácia em convencer o leitor da validade da tese proposta.