Qual é o processo de formação da palavra incapacidade?
A palavra incapacidade surge através da derivação parassintética. Nesse processo, a palavra primitiva capaz recebe simultaneamente o prefixo in- (indicando negação) e o sufixo -dade (que confere a qualidade ou estado). Essa junção simultânea, e não em etapas separadas, resulta na formação da nova palavra, denotando a ausência da capacidade.
A Gênese da Palavra “Incapacidade”: Um Olhar Detalhado sobre a Parassíntese
A língua portuguesa, rica em nuances e processos de formação de palavras, nos presenteia com termos cuja origem revela uma dança complexa de prefixos, sufixos e raízes. Um exemplo interessante dessa complexidade é a palavra “incapacidade”, que não surge simplesmente da adição de um prefixo ou sufixo a uma palavra já existente, mas sim de um processo mais intrincado conhecido como derivação parassintética.
Para entender a formação de “incapacidade”, é crucial desmistificar a parassíntese. Diferente da derivação prefixal (onde se adiciona um prefixo) ou sufixal (onde se adiciona um sufixo), a derivação parassintética exige a adição simultânea de um prefixo e um sufixo a um radical. A chave aqui é a simultaneidade: se retirarmos o prefixo ou o sufixo, a palavra resultante não terá um significado autônomo dentro da língua.
No caso de “incapacidade”, o radical é “capaz”. A esse radical, adicionamos simultaneamente:
- “in-“: Prefixo com valor de negação, indicando ausência ou o contrário de algo.
- “-dade”: Sufixo formador de substantivos abstratos, denotando qualidade, estado ou condição.
A combinação simultânea de “in-” e “-dade” ao radical “capaz” resulta em “incapacidade”, que significa a ausência da capacidade, a condição de não ser capaz.
Por que a derivação é parassintética?
Para demonstrar que “incapacidade” é formada por parassíntese, basta tentarmos remover o prefixo “in-” ou o sufixo “-dade”:
- Retirando “in-“: Teríamos “capacidade“, que já existe e tem um significado próprio, diferente de “incapacidade” (ter capacidade).
- Retirando “-dade”: Teríamos “incapaz“, que também existe e tem um significado próprio, diferente de “incapacidade” (não ter capacidade).
O problema é que, mesmo existindo, ao removermos um dos afixos (prefixo ou sufixo), a palavra original muda de sentido. Mas esse é exatamente o ponto: para que a palavra “incapacidade” exista e tenha o sentido que conhecemos, a adição de “in-” e “-dade” ao radical “capaz” deve ocorrer simultaneamente. Se fosse um processo sequencial, teríamos ou “capacidade” ou “incapaz”, mas não “incapacidade” no sentido de estado ou condição de ser incapaz.
Em Resumo
A formação da palavra “incapacidade” é um belo exemplo da derivação parassintética. A adição simultânea do prefixo “in-” e do sufixo “-dade” ao radical “capaz” cria um novo termo com um significado específico, que não poderia ser alcançado através de processos de derivação mais simples. Este processo demonstra a riqueza e a complexidade da língua portuguesa, onde a análise da formação das palavras revela nuances importantes da nossa comunicação. Ao compreender a parassíntese, abrimos uma janela para uma apreciação mais profunda da arquitetura da nossa linguagem e da forma como construímos significado através das palavras.
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