Qual o nível do autismo que não fala?

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Indivíduos com autismo de nível 2, considerado moderado, demonstram comprometimento significativo na comunicação, tanto verbal quanto não verbal. A fala pode ser limitada ou ausente, necessitando de apoio substancial para interação social e realização de tarefas cotidianas. A dificuldade na comunicação impacta diretamente suas habilidades de adaptação.

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O Silêncio do Espectro: Compreendendo o Autismo de Nível 2 e a Ausência de Fala

O autismo é um espectro, e a diversidade de suas manifestações é imensa. Enquanto alguns indivíduos autistas apresentam fala fluente, outros enfrentam desafios significativos na comunicação verbal, chegando mesmo à ausência de fala. Compreender essa complexidade é crucial para oferecer suporte adequado e promover a inclusão. Este artigo foca no nível de autismo frequentemente associado à ausência ou limitação da fala: o nível 2, considerado moderado.

É importante deixar claro que a ausência de fala não define o nível de autismo. Um indivíduo autista pode apresentar um nível 1 ou mesmo 3 e ainda assim ter dificuldades significativas com a linguagem falada. A classificação em níveis (1, 2 e 3, segundo o DSM-5) considera a intensidade de suporte necessário em diferentes áreas, incluindo a comunicação. No caso do nível 2, essa necessidade de suporte é substancial.

Indivíduos com autismo de nível 2 geralmente demonstram um comprometimento significativo na comunicação, impactando tanto a fala quanto a comunicação não-verbal. A fala, quando presente, pode ser extremamente limitada, fragmentada ou incompreensível para quem não está familiarizado com suas formas de expressão. Em muitos casos, a fala pode estar completamente ausente. Isso não significa, contudo, ausência de pensamento ou compreensão. Ao contrário, esses indivíduos podem possuir uma rica vida interior e um alto nível de inteligência, que podem não conseguir expressar através da fala.

A ausência ou limitação da fala no autismo de nível 2 se manifesta de diversas maneiras. Pode se apresentar como:

  • Ecolalia: repetição de palavras ou frases ouvidas anteriormente.
  • Fala estereotipada: uso repetitivo de frases ou palavras específicas, fora do contexto da conversa.
  • Dificuldade na compreensão da linguagem: mesmo que entendam o que é dito, podem ter dificuldades em processar e responder adequadamente.
  • Dificuldade na iniciação de conversas: podem ter dificuldade em iniciar uma conversa espontaneamente.
  • Dificuldade na manutenção de conversas: podem ter dificuldade em manter um diálogo fluido.
  • Utilização de comunicação alternativa: muitos indivíduos recorrem a sistemas de comunicação alternativa (CAA), como imagens, pranchas de comunicação ou aplicativos, para se expressar.

A dificuldade na comunicação verbal afeta diretamente a interação social e a realização das atividades da vida diária. A necessidade de suporte é significativa, abrangendo desde a comunicação básica até a participação em atividades sociais e escolares. O apoio necessário pode incluir terapia da fala, terapia ocupacional, intervenções comportamentais e uso de CAA.

É fundamental lembrar que cada indivíduo autista é único. A ausência ou limitação da fala não define sua capacidade intelectual, emocional ou social. A compreensão de suas formas de comunicação e a oferta de suporte individualizado são essenciais para garantir seu desenvolvimento e bem-estar. A chave para a inclusão reside na escuta atenta, na observação cuidadosa e na busca constante de maneiras de facilitar a comunicação e a expressão desses indivíduos tão especiais.