Quando usar hífen em texto?

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Usa-se hífen em palavras compostas por justaposição (sem elemento de ligação), como água-marinha, couve-flor. Emprega-se também em compostos com prefixos, como pré-escolar, anti-inflamatório (exceto quando a palavra começa com r ou s antes de consoante, como super-homem, sub-regional). Hífen liga prefixos terminados em vogal e palavras iniciadas por vogal, ou h (ex: aero-espacial). Em casos de dúvida, consulte um dicionário atualizado.
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O Hífen: Um Guia Prático para o Uso Correto na Língua Portuguesa

O hífen, aquele pequeno traço horizontal, muitas vezes causa dúvidas na escrita da língua portuguesa. Sua correta aplicação, no entanto, é fundamental para garantir a clareza e a precisão da comunicação. Este artigo visa desmistificar o uso do hífen, oferecendo um guia prático e conciso para os falantes e escritores.

Palavras Compostas por Justaposição:

Um dos cenários mais comuns para o uso do hífen é na formação de palavras compostas por justaposição, ou seja, quando duas ou mais palavras são unidas sem que haja perda de seus significados individuais e sem a presença de um elemento de ligação (como preposições). Nestes casos, o hífen atua como um conector, indicando que as palavras formam uma unidade semântica. Alguns exemplos clássicos incluem:

  • Água-marinha
  • Couve-flor
  • Guarda-chuva
  • Bem-estar
  • Mão-de-obra

É importante notar que, em alguns casos, a evolução da língua pode levar à aglutinação das palavras, eliminando o hífen (ex: girassol, outrora). Contudo, a regra geral para justaposição permanece válida.

Compostos com Prefixos:

O uso do hífen em compostos com prefixos é regido por regras um pouco mais complexas, dependendo da terminação do prefixo e da letra inicial da palavra seguinte. Vejamos alguns exemplos:

  • Compostos com prefixos terminados em vogal: Em geral, usa-se o hífen quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com a mesma vogal ou com a letra h.
    • Exemplos: auto-observação, micro-ondas, contra-ataque, anti-herói, semi-interno.
  • Exceções: Quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com r ou s, geralmente dobra-se a consoante, eliminando o hífen.
    • Exemplos: antirrugas, ultrassom, contrarregra.
  • Prefixos super-, sub-, inter- e hiper-: Quando seguidos de palavras iniciadas por r, usa-se o hífen.
    • Exemplos: super-resistente, sub-região, inter-racial, hiper-reativo.
  • Outros Prefixos: Em muitos casos, quando o prefixo termina em consoante e a palavra seguinte começa com vogal ou consoante diferente, não se usa o hífen.
    • Exemplos: autoestima, infraestrutura, pseudociência.

Outras Situações:

O hífen também é utilizado em outros contextos, como:

  • Encadeamentos vocabulares (nomes de rios, cidades): Rio-São Francisco, Porto-Alegre
  • Gentílicos compostos: Mato-grossense, Sul-africano
  • Verbos pronominais com próclise: ele não se esqueceu-de-mim.

A Importância da Consulta:

Diante da complexidade das regras e das constantes mudanças na ortografia, a consulta a um dicionário atualizado ou a um guia ortográfico é sempre recomendada em caso de dúvida. As normas da língua portuguesa estão em constante evolução, e manter-se atualizado é fundamental para garantir a correção e a clareza da escrita. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras é uma ferramenta essencial para dirimir dúvidas e garantir a conformidade com as normas vigentes.

Em suma, o uso correto do hífen é essencial para a clareza e a precisão da escrita. Ao compreender as regras básicas e consultar fontes confiáveis em caso de dúvida, você estará apto a utilizar este sinal gráfico de forma eficaz e aprimorar a qualidade da sua comunicação. Lembre-se: a prática leva à perfeição, e quanto mais você se familiarizar com as regras, mais fácil será aplicá-las corretamente.