Quando utilizar esta ou essa?
O Enigma do Esta e Essa: Uma Questão de Perspectiva
A língua portuguesa, rica em nuances e sutilezas, muitas vezes nos apresenta desafios gramaticais que exigem atenção e bom senso. Um desses desafios reside na escolha entre os pronomes demonstrativos esta e essa. A regra, aparentemente simples, de que esta se refere ao que está próximo do falante e essa ao que está próximo do ouvinte, frequentemente se mostra mais complexa do que parece, gerando dúvidas e, por vezes, erros.
A chave para o uso correto reside na perspectiva do falante. Imagine a seguinte situação: você está em uma videoconferência com um colega de trabalho, mostrando-lhe um documento na sua tela. Você diria: Esta planilha mostra os resultados do último trimestre. Neste caso, esta é apropriado porque a planilha está próxima a você, o falante. Seu colega, por outro lado, ao se referir à mesma planilha, poderia dizer: Essa planilha apresenta dados interessantes. Para ele, a planilha é próxima a você, o ouvinte da sua perspectiva.
A distinção entre próximo e distante não se limita apenas à proximidade física. Também se aplica à proximidade temporal. Ao falar sobre eventos recentes, é mais comum usar esta: Esta semana está sendo muito produtiva. Já para eventos passados, mas não muito distantes, essa pode ser empregada: Essa semana passada foi corrida, mas conseguimos concluir o projeto. Observe que a distância temporal é relativa à perspectiva do falante; uma semana passada pode ser essa para o falante, mas aquela para alguém que está descrevendo eventos ocorridos há meses.
A complexidade aumenta quando analisamos contextos mais abstratos. Em uma discussão sobre políticas governamentais, por exemplo, a escolha entre esta e essa dependerá da posição do falante em relação à política em questão. Se o falante apoia a política, poderá usar esta política é benéfica para o país; se for crítico, poderá optar por essa política apresenta falhas graves. A escolha reflete a identificação (ou não) do falante com o objeto da discussão.
A ambiguidade inerente a esses pronomes demonstra a riqueza da língua, mas também a necessidade de clareza. Em situações em que a dúvida persiste, o uso de esta tende a ser mais seguro, especialmente em contextos escritos formais. A imprecisão na escolha pode levar a interpretações errôneas, comprometendo a comunicação. No entanto, é fundamental reconhecer que a norma não é rígida, e a interpretação dependerá sempre do contexto e da capacidade do ouvinte em compreender a perspectiva do falante. A prática e a leitura atenta são fundamentais para dominar o uso preciso de esta e essa, aprimorando a comunicação escrita e oral. A flexibilidade da língua, apesar dos desafios, contribui para sua expressividade e capacidade de transmitir diferentes nuances de significado. Dominar essa flexibilidade é o que separa uma boa comunicação de uma comunicação excelente.
#Essa Ou Esta#Pronomes Demonstrativos#Uso De PronomesFeedback sobre a resposta:
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