Quando devo me preocupar se meu filho não fala?

Quando a falta de fala do meu filho vira preocupação? Um guia para pais.

Acompanhar o desenvolvimento de uma criança é uma jornada repleta de descobertas e, por vezes, de algumas preocupações. A fala, um marco crucial nesse percurso, costuma ser alvo de ansiedade para muitos pais. Afinal, quando a ausência de palavras deixa de ser apenas uma fase e se torna um sinal de alerta?

Este artigo não pretende substituir a orientação de um profissional, mas sim oferecer um guia inicial para pais que se questionam sobre o desenvolvimento da fala de seus filhos. Embora cada criança tenha seu próprio ritmo, existem alguns marcos esperados que podem indicar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada.

Antes do primeiro ano: Nos primeiros meses de vida, o bebê se comunica principalmente através do choro, mas gradualmente começa a interagir de outras formas. Sorrisos, balbucios, contato visual e respostas a sons são indícios de um desenvolvimento comunicativo saudável. Observe se seu bebê demonstra interesse em interagir e se reage aos estímulos do ambiente.

Por volta de 1 ano: Nesta fase, a maioria das crianças já balbucia sílabas como “ba”, “da”, “ma”, imita sons e gestos simples, e compreende instruções básicas como “dá” e “tchau”. A ausência desses comportamentos, ou a falta de interesse em se comunicar, pode ser um sinal de alerta.

O atraso de fala e suas possíveis causas:

A dificuldade em desenvolver a fala pode ter diversas origens, desde questões fisiológicas, como problemas de audição ou alterações no aparelho fonador, até fatores neurológicos e de desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), atrasos globais do desenvolvimento e distúrbios de linguagem.

Por que a intervenção precoce é tão importante?

O cérebro infantil possui uma incrível plasticidade, especialmente nos primeiros anos de vida. Isso significa que quanto mais cedo um possível atraso na fala for identificado e tratado, maiores são as chances de a criança alcançar todo o seu potencial comunicativo. A intervenção precoce, com acompanhamento de fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais, pode fazer uma diferença significativa no desenvolvimento da criança, facilitando sua comunicação, interação social e aprendizado.

Quando procurar ajuda?

Se o seu filho:

• Não imita sons ou ações por volta dos 9 meses;
• Não balbucia sílabas variadas aos 12 meses;
• Não aponta para objetos ou pessoas aos 14 meses;
• Não fala pelo menos algumas palavras aos 18 meses;
• Apresenta dificuldades para compreender instruções simples aos 2 anos;
• Demonstra frustração por não conseguir se comunicar;

É fundamental buscar a orientação de um pediatra ou neuropediatra. Esses profissionais poderão avaliar o desenvolvimento da criança como um todo e encaminhá-la para especialistas, como fonoaudiólogos, caso necessário.

Lembre-se: cada criança é única. Este artigo serve como um guia geral, e a melhor forma de acompanhar o desenvolvimento do seu filho é observá-lo atentamente, celebrando suas conquistas e buscando ajuda profissional sempre que surgirem dúvidas ou preocupações. A comunicação é essencial para o desenvolvimento integral da criança, e investir nela é investir em um futuro mais brilhante.