Como ultrapassar a timidez?

Timidez. Quem nunca, né? Essa danada me acompanha desde… bom, desde que me lembro de ser gente. E sabe, por muito tempo eu achei que tinha que me livrar dela completamente, tipo exorcizar um demônio interno. Que engano! Hoje eu vejo diferente. É mais uma questão de… como posso dizer?… Convivência pacífica. Tipo, a gente se entende, sabe?

Respirar fundo. Parece bobo, mas funciona. Juro. Antes de entrar numa roda de conversa, numa reunião, ou até mesmo para falar com o caixa do supermercado – sim, já fui tímida a esse ponto! – eu respiro fundo. Me concentra. E tento, com todas as minhas forças, focar no outro. No que a pessoa está dizendo, no olhar dela… qualquer coisa que não seja o meu próprio umbigo e a minha insegurança gritando dentro da minha cabeça. Difícil? Às vezes. Impossível? Nunca.

Lembro uma vez, na faculdade… tinha que apresentar um seminário. Quase morri. Sério. Minhas mãos suavam, as pernas tremiam, a voz… bom, a voz sumiu por alguns segundos. Mas eu fui lá e fiz. Gaguejei um pouco? Sim. Me atrapalhei? Claro. Mas sabe o que aconteceu? Nada demais. O mundo não acabou. E eu… eu sobrevivi. Mais do que isso, me senti… poderosa. É estranho, né? Sentir medo e poder ao mesmo tempo. Mas é real. E cada apresentação, cada conversa difícil, cada “oi” dado a um desconhecido, é uma pequena vitória. Um passo a mais nessa jornada.

E a tal da exposição social? Ah, essa é a chave. Não adianta querer virar um mestre da comunicação do dia pra noite. É devagar, aos poucos. Começar conversando com o vizinho, puxando papo na fila do pão, respondendo perguntas em sala de aula… Pequenos desafios que, no final das contas, fazem toda a diferença. Ouvi dizer uma vez que a gente precisa sair da zona de conforto, algo assim, tipo 10.000 horas de prática para virar expert em alguma coisa. Não sei se é bem assim, mas que a prática leva à perfeição… bom, disso eu não tenho dúvidas. E mesmo que a perfeição seja inalcançável – quem é perfeito, afinal? – o importante é o caminho, a tentativa, o aprendizado. E, claro, aquele suspiro de alívio no final, quando a gente percebe que, mais uma vez, sobreviveu à timidez. E, quem sabe, até a domou um pouquinho.