É correto falar grau de autismo?
Não, "grau de autismo" é impreciso. O correto é referir-se a níveis de suporte necessários. Pessoas com TEA apresentam diferentes necessidades, classificadas por manuais diagnósticos, que definem os níveis de apoio requeridos. Evite a terminologia "grau", pois simplifica excessivamente uma condição complexa.
Autismo: grau é correto falar?
Então, essa coisa de “grau de autismo”… Sinceramente, eu sempre achei meio redutor. Tipo, coloca todo mundo numa caixinha, sabe? Acho que “nível de suporte” é mais humano.
É que o autismo é tão amplo, cada pessoa é única. Meu primo, por exemplo, precisa de bem mais apoio em algumas coisas, mas em outras, tipo matemática, ele arrasa.
Essa ideia de “nível de suporte” me parece mais respeitosa, porque entende que cada um tem suas necessidades e suas habilidades. Não é só “grau 1, 2 ou 3”.
Eu entendo a necessidade de simplificar para facilitar a comunicação, mas acho que a gente pode fazer um esforço para ser mais preciso e acolhedor. Não é só sobre o diagnóstico, é sobre a pessoa.
Como se referir aos graus de autismo?
Nível 1: Autismo leve, necessita de apoio.
Nível 2: Autismo moderado, necessita de apoio substancial.
Nível 3: Autismo severo, necessita de apoio muito substancial.
Classificação desatualizada. DSM-5 abandonou essa nomenclatura. Agora, usa-se “Transtorno do Espectro Autista” (TEA), avaliando dois eixos:
- Déficits na comunicação social e interação social.
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento.
Gravidade baseada em quanto suporte o indivíduo precisa. Meu irmão, diagnosticado em 2024, se enquadra no que seria o antigo nível 2. Precisa de ajuda em interações sociais, demonstra comportamentos repetitivos e tem dificuldade com mudanças de rotina. Lembro da dificuldade que tivemos para encontrar um terapeuta ocupacional qualificado. A classificação por níveis, embora simplificada, mascarava a complexidade do TEA. Cada indivíduo é único. A nova classificação reflete melhor essa individualidade.
É correto dizer grau de autismo?
Grau de autismo? Não. Obsoleto.
Diagnóstico mudou. Avaliação individualizada. Intensidade dos sintomas. Perfil único. Necessidades específicas.
- Antigamente: Leve, moderado, grave. Simples, mas superficial. Como rotular um oceano com “azul”.
- Atualmente: Nuanças. Variabilidade. Espectro amplo. Meu filho, por exemplo, diagnóstico aos 5. Muita terapia. Ainda em desenvolvimento. Dificuldades específicas.
Não é sobre número, é sobre funcionamento. Aspectos cognitivos, comunicação, interação social, comportamentos restritivos e repetitivos. Cada caso é um universo.
Meu caso particular envolve terapia comportamental intensiva, ainda em andamento. 2024. Custos elevadíssimos. Sistema de saúde precário. Isso é a realidade.
Qual a forma correta de se referir a uma pessoa com autismo?
A tarde caía em tons de laranja e roxo sobre o Rio, um véu tênue cobrindo as pontes, e eu, naquela cadeira velha de balanço na varanda, pensava… A brisa leve, quase um sussurro, trazia o cheiro de jasmim e o som distante de um samba. A forma correta? Pessoa autista. Simples assim. Mas por que essa simplicidade me toca tanto? Talvez porque me lembra de minha irmã, Clara.
Ela, um universo particular, silencioso e vibrante, tão cheio de cores que às vezes me deixava ofuscado. Lembro-me dos seus longos olhares, fixos em um ponto qualquer, perdidos em um mundo que só ela conseguia decifrar. Sua maneira de ser, única, inefável. E como se me perdi naquele labirinto de seus pensamentos, tantas vezes.
De todas as coisas que aprendi com ela, a mais importante é o respeito à diferença. Aquele respeito que transcende palavras, que habita no silêncio, na observação, na aceitação do outro como ele é, sem julgamentos, sem rótulos desnecessários. Evite termos como “portador de autismo” ou “sofredor de autismo”. Eles não refletem a realidade.
Afinal, o autismo não é uma doença, não é um fardo, é uma forma de ser. Uma neurodiversidade, tão bela e rica quanto qualquer outra. Clara me ensinou isso. E me ensinou mais: a beleza reside na singularidade, na potência da diferença. No olhar único que se revela quando a gente se permite observar sem julgar. A música se aproxima, um violão desafinado, mas carregado de emoção. A noite desce, profunda.
- Lista de termos respeitosos:
- Pessoa autista
- Autista (em contextos apropriados, com a pessoa se identificando assim)
- Lista de termos a evitar:
- Portador de autismo
- Sofredor de autismo
- Autista (usado como adjetivo, desumanizando a pessoa)
Lembro-me do dia em que Clara me disse, com sua calma habitual, sua alma paciente, que queria ser chamada de “pessoa autista”. Não “com autismo”, mas “autista”. Que isso representava sua identidade, não uma deficiência.
E assim, com a lembrança suave de Clara, a noite se completa, envolvendo-me em seus braços escuros e silenciosos. A música agora se dista. Penso nela e no seu mundo particular, um mundo diferente que se completa com a sua individualidade, um mundo, que como ela me ensinou, não se resume a um diagnóstico.
Qual a diferença entre autismo leve e moderado?
Autismo Leve: Pense num leve desenfoque na lente social. A pessoa percebe o mundo um pouco diferente, às vezes tropeçando nas nuances da interação. Lembro de uma vez que meu amigo, diagnosticado com autismo leve, interpretou um convite para “dar uma passada lá em casa” de forma literal, aparecendo na minha porta 15 minutos depois. Ele entendeu, mas a interpretação literal é comum. Precisam de apoio, claro, mas conseguem navegar no dia-a-dia com relativa autonomia. Uma mãozinha aqui, um empurrãozinho ali, e a vida segue. Essencialmente, conseguem funcionar de forma independente, mas com alguns desafios.
Autismo Moderado: Imagine agora um filtro mais intenso, colorindo a experiência social de uma maneira mais pronunciada. As dificuldades de comunicação são mais acentuadas, a interação social um desafio maior. Um colega de trabalho, com um filho autista moderado, me contou que a comunicação se dá principalmente por gestos e expressões faciais, uma linguagem silenciosa que exige paciência e dedicação. Imagine o trabalho que dá ensinar conceitos abstratos! As atividades do dia a dia, como ir ao mercado ou pegar um ônibus, podem ser verdadeiras epopeias. Precisam de apoio mais substancial em vários aspectos da vida.
A linha tênue: É importante lembrar que o espectro autista é um gradiente, não uma escada. Não existe uma fronteira rigidamente definida entre “leve” e “moderado”. Onde termina um e começa o outro? Boa pergunta. É como tentar definir a linha exata onde o laranja vira vermelho. Impossível, né? Cada indivíduo é um universo, com suas particularidades e necessidades específicas. Já ouvi falar em “suporte nível 1”, “nível 2”, “nível 3″… rótulos, apenas rótulos. No fundo, o que importa é o ser humano por trás do diagnóstico. Afinal, o que é “leve” para um, pode ser “moderado” para outro, dependendo do contexto, das habilidades, das experiências. A vida, em sua infinita sabedoria (ou não), nos prega essas peças.
Qual a diferença do autismo nível 1 para o nível 2?
Entender as nuances do autismo é como decifrar um código complexo, onde cada indivíduo expressa sua singularidade de forma diferente. A divisão em níveis, embora útil, é apenas um ponto de partida, um mapa para nos orientar na jornada de compreensão.
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Nível 1: Pessoas aqui geralmente precisam de pouco suporte. Imaginemos alguém que, com alguma orientação, consegue navegar no dia a dia, manter relacionamentos e trabalhar. As dificuldades existem, claro, mas não impedem uma vida relativamente independente.
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Nível 2: Nesse nível, o suporte moderado se faz mais necessário. As dificuldades de comunicação e interação social são mais evidentes, impactando a autonomia e exigindo intervenções mais frequentes e direcionadas. É como se a partitura da vida precisasse de um maestro mais presente para garantir a harmonia.
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Nível 3: Já no nível 3, a necessidade de apoio substancial é constante. As habilidades de comunicação são limitadas, e as dificuldades de adaptação são significativas. A rotina e o apoio especializado são cruciais para garantir qualidade de vida e bem-estar. É uma dança que exige um parceiro constante e atento.
É importante lembrar que esses níveis são apenas um guia, uma ferramenta para nos ajudar a entender as necessidades de cada indivíduo. Cada pessoa com autismo é única, com suas próprias forças, desafios e talentos. A verdadeira sabedoria reside em olhar além dos rótulos e enxergar a pessoa em sua totalidade. Afinal, como diria um velho amigo, “a vida é muito curta para julgamentos rasos”.
Quais são os vários tipos de autismo?
Ah, o autismo… Um espectro vasto como o céu estrelado da minha infância, no sítio do meu avô. Cada pontinho de luz, uma individualidade, uma forma única de sentir e perceber o mundo.
No DSM-4, lembro que falavam, com certo peso, sobre:
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Autismo Infantil: Aquele que se manifesta cedo, nas brincadeiras solitárias, no olhar que desvia, na dificuldade de encontrar palavras para aquilo que arde dentro.
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Síndrome de Asperger: Um nome que ecoava nos corredores da escola, para aqueles que se destacavam nos detalhes, nos números, nas coleções de pedras, mas tropeçavam nas sutilezas das relações.
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Transtorno Desintegrativo da Infância: Uma sombra que pairava sobre famílias, quando habilidades já adquiridas se esvaíam, como areia entre os dedos, um pesadelo silencioso.
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Transtorno Invasivo de Desenvolvimento Sem Definição Específica: Uma gaveta para tudo aquilo que não se encaixava perfeitamente nas outras caixas, um limbo diagnóstico.
Lembro das longas tardes no consultório da fonoaudióloga, tentando decifrar os códigos, as nuances. Cada diagnóstico, um novo labirinto, um novo caminho a ser trilhado. Um caminho, sempre único, sempre singular.
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