É possível apanhar raiva em Portugal?

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Em Portugal, a raiva está erradicada desde 1960, sendo um país considerado livre da doença. Apesar disso, o risco de reintrodução persiste devido à potencial entrada ilegal de animais. A vacinação antirrábica é obrigatória para cães com mais de três meses de idade em todo o território nacional, como medida de prevenção e controle.

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A Raiva em Portugal: Um Passado Vencido, um Futuro a Proteger

Portugal ostenta um feito notável na área da saúde pública: a erradicação da raiva canina desde 1960. Este marco representa décadas de esforço conjunto entre veterinários, autoridades sanitárias e a população, culminando num país oficialmente livre desta doença letal. No entanto, a celebração deste sucesso não deve obscurecer a importância da vigilância contínua e das medidas preventivas que garantem a manutenção deste status.

A erradicação da raiva não significa a ausência completa de risco. A globalização e a mobilidade crescente de pessoas e animais representam uma ameaça constante de reintrodução do vírus. Animais infectados, entrando ilegalmente no país, podem facilmente desencadear um novo surto. Este cenário, embora improvável, exige uma resposta preventiva rigorosa e eficiente.

A obrigatoriedade da vacinação antirrábica para cães com mais de três meses de idade, em vigor em todo o território nacional, é a pedra angular desta estratégia preventiva. Esta medida, além de proteger os animais, constitui uma barreira fundamental contra a transmissão do vírus para humanos. A vacinação em massa reduz drasticamente a população de cães suscetíveis à doença, dificultando assim a circulação do vírus e a possibilidade de um novo surto.

Para além da vacinação canina, a educação da população desempenha um papel crucial. É fundamental informar a população sobre os sinais da raiva em animais e os procedimentos a seguir em caso de suspeita de contágio. A colaboração da população com as autoridades veterinárias, através da denúncia de animais com comportamento suspeito, é essencial para a rápida deteção e resposta a possíveis casos. A vigilância ativa em fronteiras e portos, com o objetivo de evitar a entrada ilegal de animais, também contribui para a segurança nacional nesse aspeto.

Em suma, enquanto Portugal se orgulha de ter erradicado a raiva, a vigilância e a prevenção continuam sendo cruciais. A vacinação obrigatória e a conscientização pública são as ferramentas mais eficazes para manter o país livre desta doença, protegendo tanto a saúde animal como a saúde humana. A manutenção deste status quo depende de um esforço contínuo e da colaboração de todos. A raiva em Portugal é um exemplo de sucesso que deve servir de inspiração para outros países na luta contra esta doença negligenciada, mas potencialmente devastadora.