O que causa o transtorno do sentido sensorial?

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O transtorno do processamento sensorial é desencadeado por diversos estímulos, com intensidades variadas. Texturas ásperas, cheiros fortes (como cebola), sons altos ou repetitivos são alguns exemplos comuns que podem causar desconforto ou sobrecarga sensorial.

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O Enigma do Transtorno do Processamento Sensorial: Mais do que Sensibilidade, uma Questão de Processamento

O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) não se resume a uma simples “sensibilidade” aumentada ou diminuída. É uma condição neurológica que afeta a maneira como o cérebro interpreta e organiza informações sensoriais do ambiente – tato, visão, audição, paladar, olfato, movimento e posição corporal (propriocepção). Em vez de reagir normalmente aos estímulos, indivíduos com TPS experimentam respostas desproporcionais, frequentemente causando desconforto, frustração e, em alguns casos, até mesmo comportamentos desafiadores.

Ao contrário da crença popular, o TPS não é uma condição exclusivamente infantil. Embora seja frequentemente diagnosticado na infância, ele pode persistir na adolescência e na vida adulta, impactando significativamente a qualidade de vida. A ausência de um marcador biológico específico dificulta o diagnóstico, muitas vezes levando a um longo período de busca por respostas e compreensão.

O que causa o Transtorno do Processamento Sensorial?

A etiologia do TPS ainda não é totalmente compreendida, tornando-se um campo de intensa pesquisa. No entanto, acredita-se que uma combinação de fatores contribui para seu desenvolvimento:

  • Genética: Estudos apontam para uma forte componente hereditária, sugerindo que a predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver o TPS. A pesquisa nesse campo busca identificar genes específicos relacionados à condição.

  • Fatores pré e perinatais: Complicações durante a gravidez, parto prematuro, baixo peso ao nascer e exposição a substâncias tóxicas durante o desenvolvimento fetal podem afetar o desenvolvimento neurológico e aumentar a probabilidade de TPS.

  • Ambiente: Embora não seja a causa principal, o ambiente desempenha um papel crucial na manifestação e na severidade dos sintomas. Um ambiente super estimulante ou sub estimulante pode exacerbar as dificuldades de processamento sensorial.

  • Interação entre fatores: Acredita-se que a interação complexa entre genética, fatores pré e perinatais e fatores ambientais contribui para a manifestação individual do TPS. A maneira como cada indivíduo processa informações sensoriais é única, resultando numa ampla gama de sintomas e intensidades.

Mais do que estímulos intensos:

Embora texturas ásperas, cheiros fortes e sons altos sejam gatilhos comuns, o TPS vai além de uma simples sensibilidade a estímulos intensos. Indivíduos com TPS podem apresentar dificuldades em:

  • Regulação emocional: A sobrecarga sensorial pode levar a explosões emocionais, ansiedade e dificuldade em controlar impulsos.

  • Coordenação motora: Dificuldades na propriocepção podem afetar a coordenação motora fina e grossa, impactando tarefas como escrita, atividades esportivas e até mesmo a marcha.

  • Planejamento motor: Executar tarefas sequenciais, como amarrar cadarços ou seguir instruções, pode ser um desafio significativo.

  • Integração sensorial: A dificuldade em integrar informações de diferentes sentidos pode levar a confusão, desorientação e dificuldades de aprendizagem.

Em conclusão, o Transtorno do Processamento Sensorial é uma condição complexa e multifacetada que requer uma abordagem interdisciplinar para o diagnóstico e tratamento. A compreensão dos múltiplos fatores que contribuem para seu desenvolvimento é crucial para o desenvolvimento de intervenções eficazes que visem melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. A pesquisa continua a desvendar os mistérios do TPS, abrindo caminho para diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados.