O que é uma pessoa com transtorno dissociativo de personalidade?
No Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), a pessoa apresenta duas ou mais identidades distintas que alternam o controle de seu comportamento. Cada identidade possui características únicas de personalidade, memória e até mesmo padrões físicos, impactando significativamente a vida do indivíduo. A condição, antes conhecida como transtorno de personalidade múltipla, envolve uma complexa fragmentação da identidade.
Desvendando o Transtorno Dissociativo de Identidade: Muito Além da Superfície
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), anteriormente conhecido como Transtorno de Personalidade Múltipla, é uma condição complexa e frequentemente mal compreendida que envolve uma profunda fragmentação da identidade. Ao contrário da crença popular, alimentada por representações ficcionais, o TDI não se resume a ter “personalidades diferentes” que se manifestam de forma lúdica ou voluntária. Trata-se de uma resposta mal adaptativa a traumas severos, geralmente ocorridos na infância, que resulta em um mecanismo de defesa extremo: a dissociação.
Em essência, uma pessoa com TDI experimenta a existência de duas ou mais identidades distintas, ou “alters”, que alternam o controle de seu comportamento. Isso não significa simplesmente ter mudanças de humor ou personalidade; a mudança é radical e abrangente. Cada alter possui suas próprias características únicas, incluindo:
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Personalidade: Cada identidade pode apresentar traços de personalidade distintos, desde a timidez e introversão até a extroversão e agressividade. Essas diferenças podem ser tão marcantes que parecem pertencer a indivíduos completamente separados.
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Memória: A memória é fragmentada. Algumas memórias podem ser acessíveis apenas a determinados alters, enquanto outras são compartilhadas ou totalmente inacessíveis. Isso gera lacunas na memória da vida do indivíduo, conhecida como amnésia dissociativa. Essa fragmentação pode incluir eventos traumáticos, mas também momentos cotidianos.
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Padrões Físicos: Em alguns casos, a mudança de identidade pode ser acompanhada por alterações físicas, como mudanças na postura, na tonalidade da voz, na expressão facial, na acuidade visual ou mesmo em sintomas físicos como dores de cabeça ou alergias. Essas alterações são involuntárias e podem ser inexplicáveis para o próprio indivíduo.
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Habilidades e Preferências: Os alters podem ter habilidades, interesses e preferências diferentes, incluindo gostos musicais, alimentares, habilidades artísticas ou mesmo destreza em tarefas específicas.
A vida de uma pessoa com TDI é marcada por uma significativa desorganização interna. A fragmentação da identidade impacta todos os aspectos da vida, incluindo relacionamentos interpessoais, trabalho, estudos e saúde mental. A dificuldade em integrar as memórias e experiências dos diferentes alters gera confusão, ansiedade e depressão. A falta de coesão na identidade pode levar a comportamentos autodestrutivos e a dificuldades em lidar com emoções e relacionamentos.
É crucial ressaltar que o TDI não é uma escolha, nem um sinal de fraqueza. É uma condição complexa, decorrente de traumas graves, que requer tratamento especializado. A terapia, geralmente a terapia psicodinâmica ou a terapia EMDR (Desensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares), é fundamental para ajudar o indivíduo a integrar suas identidades, processar traumas e reconstruir uma identidade mais coesa e integrada. O apoio de familiares e amigos, bem como a compreensão e aceitação da condição, são cruciais para o processo de recuperação. A busca por ajuda profissional especializada é o primeiro passo para o caminho da recuperação e construção de uma vida mais plena e significativa.
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