Qual é a medicação para os cristais?

Cristais no Ouvido: Entendendo a Vertigem e as Opções de Medicação

A vertigem, aquela sensação desconfortável de tontura e instabilidade, frequentemente está associada à presença de cristais no ouvido interno, uma condição conhecida como vertigem posicional paroxística benigna (VPPB). Mas, ao contrário do que muitos pensam, o tratamento da VPPB não se concentra na remoção física desses cristais – canalículos semicirculares e otólitos. A abordagem terapêutica visa, principalmente, controlar os sintomas incômodos que eles provocam.

A presença dos cristais, minúsculos fragmentos de carbonato de cálcio, nos canais semicirculares do ouvido interno desregula o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio. Esse desequilíbrio resulta em episódios repentinos e breves de vertigem intensa, geralmente desencadeados por mudanças de posição da cabeça. A náusea e o vômito também são sintomas comuns, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente.

E qual a medicação para aliviar esses sintomas?

Não existe um medicamento específico para “dissolver” ou “remover” os cristais. O tratamento medicamentoso se concentra em reduzir a intensidade dos sintomas, melhorando o conforto do paciente até que o corpo reabsorva ou reposicione naturalmente os cristais (o que geralmente ocorre espontaneamente). As medicações utilizadas são, geralmente, sintomáticas e incluem:

• Anti-histamínicos: Alguns anti-histamínicos, como a meclizina, podem ser eficazes em reduzir a sensação de tontura e náusea. É importante lembrar que esses medicamentos podem causar sonolência, por isso, devem ser utilizados com cautela, especialmente se o paciente precisa dirigir ou operar máquinas.

• Benzodiazepínicos: Em casos de vertigem intensa e incapacitante, o médico pode prescrever benzodiazepínicos, como o diazepam, para aliviar a ansiedade e a tontura. No entanto, seu uso deve ser limitado devido ao potencial de dependência e efeitos colaterais.

• Supressores vestibulares: Medicamentos como a prometazina atuam diretamente no sistema vestibular, diminuindo a atividade neural anormal responsável pela vertigem. Seu uso, assim como o dos benzodiazepínicos, deve ser cuidadosamente avaliado pelo médico, devido aos potenciais efeitos colaterais.

• Antieméticos: Para controlar as náuseas e vômitos associados à VPPB, podem ser prescritos antieméticos como a ondansetrona ou a metoclopramida.

É fundamental ressaltar: A medicação é apenas parte do tratamento da VPPB. O médico poderá indicar, além da medicação, manobras de reposicionamento canalicular (como a manobra de Epley), que visam reposicionar fisicamente os cristais, oferecendo uma solução mais definitiva para o problema.

Conclusão:

A vertigem causada por cristais no ouvido interno é um problema que afeta significativamente a qualidade de vida. Embora a medicação não remova os cristais, ela desempenha um papel crucial no controle dos sintomas. Entretanto, o tratamento ideal deve ser personalizado e determinado por um médico otorrinolaringologista ou neurologista, que poderá avaliar o quadro clínico individual e indicar a melhor estratégia terapêutica, incluindo medicação e, se necessário, manobras de reposicionamento. A automedicação é extremamente perigosa e deve ser sempre evitada. Procure um profissional de saúde para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.